Atividade reprodutiva de Bothrops insularis: investigando a Intersexualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amorim, Lígia Grazziely dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-14122021-094939/
Resumo: Bothrops insularis é uma espécie criticamente ameaçada de extinção e endêmica da Ilha da Queimada Grande (IQG) SP, localizada a cerca de 34 km da costa de São Paulo. O ciclo reprodutivo é considerado sazonal e suas estratégias reprodutivas são semelhantes às da espécie continental. O objetivo desse estudo foi registrar e analisar os hábitos reprodutivos e comportamentais de Bothrops insularis, com ênfase na intersexualidade. Foram realizadas cinco expedições à IQG nos anos de 2019 e 2020. A trilha de 1.670m foi percorrida parcialmente por meio de procura visual limitada por tempo, abrangendo todos os habitats. Adicionalmente, foram analisados 30 indivíduos de B. insularis em cativeiro, dos laboratórios do Instituto Butantan e do CEVAP (UNESP Botucatu). Dados de coleta entre 1995 a 2006, referente a 30 expedições realizadas à IQG foram compilados para comparação da atividade reprodutiva. Os dados foram tratados com o programa de estatística Statistical Analyses Systems. Previamente à análise foi verificada a normalidade dos resíduos através do teste de Shapiro-Wilk. No presente trabalho foi possível observar a existência de dois morfotipos, fêmeas sem hemiclítoris e intersexos, sendo que os indivíduos intersexos apresentaram maior atividade ao longo das estações, com maior pico no período reprodutivo. A proporção sexual de indivíduos intersexuados aumentou ao longo dos anos, diminuindo a frequência de machos, bem como de fêmeas sem hemiclitóris. Um espécime foi coletado em setembro de 2019 para acompanhamento mensal de seu estágio reprodutivo, pois tratava-se de uma fêmea que não apresentava o hemiclítoris, cujos encontros são mais raros. Análise das fêmeas intersexuadas evidenciou que o tamanho dos hemiclitóris são bem próximos dos hemipênis dos machos. Sugerimos que o monitoramento da espécie in situ seja primordial para que se compreenda melhor suas estratégias reprodutivas, visando contribuir com sua conservação.