A educação estética através da Música no segundo setênio: aproximações entre Rudolf Steiner e Émile Jaques-Dalcroze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nicoletti, Daniela Amaral Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-17042018-150151/
Resumo: A presente pesquisa discute as contribuições do pensamento filosófico-estético e pedagógico de Rudolf Steiner (1861-1925) e da Rítmica de Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950) para os processos de ensino-aprendizagem em Música no contexto escolar, especialmente no período compreendido entre 7 e 14 anos de idade. A partir da pesquisa bibliográfica dos textos de ambos os autores, abarcando conferências, publicações e artigos, o trabalho consistiu, primeiramente, em sintetizar alguns conceitos fundamentais para a Antroposofia, ciência do espírito que Rudolf Steiner elaborou no início do século XX, como ampliação do campo de conhecimento das ciências naturais. Steiner adota a cosmovisão de Goethe e Schiller, bem como seu método cognitivo contemplativo, como alternativa ao materialismo mecanicista do pensamento cartesiano. O estudo revela a correspondência entre os pensamentos de Rudolf Steiner e Émile Jaques-Dalcroze em muitos aspectos, comprovando a hipótese da possibilidade de um fecundo diálogo e mútua complementação entre os dois contemporâneos. Dalcroze, em sentido inverso ao de Steiner, parte da observação e da intuição sobre sua experiência prática como docente de Música, compositor e intérprete, para a elaboração de uma filosofia estético-pedagógica. Dalcroze criou a Rítmica como um método ou um caminho para o desenvolvimento de uma escuta criativa, com o corpo inteiro, encontrando a musicalidade na expressão gestual e no movimento corporal. Ambos os autores apresentam uma concepção expandida de ritmo como princípio que urde toda a vida e toda arte, essencial a todo o processo educativo. Eles ainda trazem múltiplas contribuições importantes para a reflexão sobre a prática pedagógica em Música na atualidade, especialmente no tangente à arte de educar pelo ritmo, em que a improvisação e o aspecto lúdico potencializam a expressão criativa em aula. A dialética entre liberdade e estrutura, integrando escuta e corpo pela respiração e o movimento, e a concepção integrada das artes, como processos estésicos e poiéticos complexos, estendem a sua importância à apreciação dos repertórios modernos e pós-modernos na Educação Musical contemporânea.