Efeito de uma intervenção educativa no conhecimento, na atitude e na realização de ações do cuidado pré-concepcional entre trabalhadores de saúde da atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Natália de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-25022021-120522/
Resumo: Introdução: O cuidado pré-concepcional tem impactos positivos nos indicadores de saúde materna e infantil pelo fato de possibilitar que mulheres e casais vivenciem uma gravidez de forma mais saudável. Entretanto, é pouco ofertado nos serviços de atenção primária, sendo o baixo nível de conhecimento dos trabalhadores de saúde sobre o tema um dos obstáculos para sua efetiva implementação. Objetivo: Avaliar o efeito de uma intervenção educativa no conhecimento, nas atitudes e na realização de ações relacionadas ao cuidado pré-concepcional e compreender a forma como o cuidado pré- concepcional é e pode ser ofertado por trabalhadores de saúde da atenção primária. Método: Trata-se de uma pesquisa de métodos mistos, com abordagem quanti e qualitativa. A abordagem quantitativa constituiu-se de um ensaio comunitário randomizado conduzido em oito unidades básicas de saúde da zona leste da cidade de São Paulo (quatro unidades compuseram o grupo intervenção e quatro o grupo controle). A intervenção constitui-se de uma ação educativa destinada aos médicos e enfermeiros das equipes de saúde da família, com duração de uma hora, que abordou os principais tópicos da saúde pré-concepcional. Os trabalhadores preencheram instrumentos estruturados em três momentos: antes da intervenção, um mês e três meses após a intervenção. Além disso, mulheres em idade fértil, usuárias das unidades participantes, foram aleatoriamente selecionadas para responder a respeito de ações de cuidado pré-concepcional que porventura tenham recebido/participado naquela unidade; por fim, os farmacêuticos de cada unidade responderam quantos comprimidos e/ou frascos de ácido fólico foram dispensados pela farmácia local. A abordagem qualitativa constituiu-se de grupos focais com os trabalhadores do grupo intervenção. Foi conduzida uma investigação narrativa que envolveu os relatos sobre as experiências vividas. Resultados: A intervenção educativa aumentou o nível de conhecimento sobre o cuidado pré-concepcional entre os trabalhadores da saúde, mas não teve efeito em suas atitudes nem na realização de ações relacionadas ao cuidado pré-concepcional, com exceção do aumento do questionamento da intenção de engravidar, evidenciado nos relatos das mulheres usuárias das UBS. A oferta do cuidado pré-concepcional parece ser realizada de maneira indireta e com fragilidades, como a falta de agenda destinada a esse cuidado, existência de protocolos inadequados para sua oferta, pouca participação das mulheres em grupos educativos, vergonha de algumas mulheres em questionar sobre como preparar-se para uma gravidez, receio de julgamento por parte dos trabalhadores de saúde, dentre outras. As ações do cuidado pré-concepcional ofertadas são basicamente de cunho biológico, desconsiderado os aspectos psicológicos e sociais do cuidado pré-concepcional. Os trabalhadores de saúde identificaram o momento de coleta do exame preventivo de câncer de colo do útero, os grupos educativos e a participação dos agentes comunitários de saúde como estratégias para a promoção da saúde pré-concepcional na atenção primária à saúde. Conclusão: Embora o conhecimento dos trabalhadores de saúde e a educação permanente em saúde sejam requisitos fundamentais para a oferta do cuidado pré-concepcional, outros elementos mostraram-se mais importantes para sua implementação, como a necessidade de políticas públicas e programas específicos para fomentar a oferta do cuidado pré-concepcional na atenção primária à saúde, bem como a divulgação desse cuidado para a população geral.