Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Silva, Luiz Felipe |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-01042020-094844/
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Resumo: |
Objetivos. Este estudo, de característica transversal, se propôs a quantificar a exposição de motoristas de ônibus à vibração de corpo - inteiro (VCI) e ao ruído, a analisar a possível associação entre estes dois agentes para o desenvolvimento de perda auditiva induzida por ruído (PAIR) e a discutir meios possíveis de prevenção. Métodos. Uma população constituída por 141 motoristas de ônibus de uma empresa da cidade de São Paulo foi analisada. A taxa de prevalência de PAIR foi obtida através de avaliação audiológica empregando-se o critério de MERLUZZI e col. (1979). Os grupos, exposto e de referência, foram determinados internamente por meio de estratificação em relação ao tempo de trabalho acumulado na empresa como motorista. Um questionário foi aplicado com o fim de recuperar o histórico ocupacional e obter informações de interesse do estudo. A metodologia de avaliação de exposição ao ruído fundamentou-se nas diretrizes estabelecidas pela ISO - 1999 (1990) e pela Diretiva da Comunidade Econômica Européia (1986). A avaliação de exposição à VCI obedeceu os princípios definidos pela ISO - 2631 (1985). Empregou-se a técnica de regressão logística multivariada não condicional para descrever a associação entre a variável dependente e o conjunto de variáveis explanatórias. Resultados. Foi registrado um nível de exposição semanal de 83,6 ± 1,9 dB(A) para os motoristas condutores de ônibus com motor localizado na seção dianteira e de 77,0 ± 1,1 dB(A) para os que operam os veículos com motor na seção traseira. O valor médio do nível equivalente (Leq) no posto de trabalho dos motoristas de ônibus com motor na seção dianteira foi de 83,1 ± 1,9 dB(A), enquanto que para os modelos com motor na traseira, este valor foi de 76,2 ±1,7 dB(A), indicando uma diferença estatisticamente significante. O valor médio da aceleração da vibração, obtida nos cinco modelos de ônibus, ponderado por número e tempo de uso dos veículos, foi de 0,85 \'ms POT. 2\'. As taxas de prevalência de PAIR foram de 46% e de 24% para os grupos exposto e de referência respectivamente. Na análise univariada, a Razão de Chances (RC) de prevalência de PAIR foi de 2,68, com intervalo de confiança de 95% = 1,31 - 5,48, para o grupo exposto comparando-se com o de referência. O modelo mais ajustado, resultante da análise multivariada, apontou a idade superior ou igual a 44 anos (RC = 2,54; IC95% = 1,15 - 5,62); o histórico de diabetes (RC = 5,46; IC95% = 0,95 - 31,4) e o nível de imissão sonora igualou acima de 86,8 dB(A) (RC = 2,76; IC95% = 1,24 - 6,15) como os fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de PAIR. Exposição à VCI, representada como dose, não apresentou significância. Conclusões. Os motoristas de ônibus da população analisada estão expostos a níveis de VCI relevantes, que superam os limites de exposição definidos pela ISO-2631 (1985). Os veículos dotados de motor na seção dianteira apresentaram níveis de ruído mais importantes do que aqueles com motor na traseira. Não foi observada associação entre exposição à VCI e PAIR, nem interação com a exposição ao ruído. No entanto, outros modelos de regressão logística analisados sugerem a possibilidade de associação de PAIR com VCI, recomendando a necessidade de estudos posteriores. |