Família e escola na educação infantil: um estudo sobre reuniões de pais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Garcia, Heloisa Helena Genovese de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-16042009-111312/
Resumo: Esta pesquisa enfoca as relações entre famílias e escolas através de dois recortes. O primeiro define um período em particular da vida escolar: a educação infantil (especificamente na faixa de 4 a 6 anos) e o segundo elege uma atividade regular nas escolas: as reuniões de pais. O estudo foi desenvolvido em duas Escolas Municipais de Educação Infantil paulistanas durante o primeiro semestre de 2004. Seu objetivo geral foi analisar como se constituem as relações de cada escola com os familiares dos alunos durante as reuniões de pais. E os objetivos específicos foram: a) observar, descrever e examinar como são as reuniões de pais nas duas escolas; b) analisar o percurso construído por algumas professoras com os respectivos grupos de pais nas reuniões ao longo do semestre; c) identificar e analisar as opiniões das escolas (professores, coordenadores pedagógicos e diretores) e dos familiares sobre as reuniões; d) inferir, através de indicadores, aspectos das reuniões que sejam favoráveis ou desfavoráveis a uma relação de colaboração (interdependência) entre as escolas e as famílias. O referencial teórico do construtivismo piagetiano fundamentou a estruturação metodológica e as análises dos dados relativas aos observáveis das interdependências e significações produzidas no contexto das reuniões e das entrevistas. Foram realizadas quatorze observações de reuniões e quarenta e três entrevistas individuais. Os resultados evidenciaram uma multiplicidade de fatores influenciando na realização e nos significados atribuídos às reuniões de pais. A partir deles destacamos uma tendência moralizadora da escola sobre a educação no contexto familiar e interferências do contexto institucional e político no cotidiano das reuniões. Nos dois casos ocorreu uma descaracterização das reuniões enquanto espaços vinculados ao trabalho pedagógico desenvolvido com os alunos. Em geral, tanto nos discursos como nas práticas, as escolas permaneceram identificadas com o lugar dos que sabem, reservando pouco espaço para os conhecimentos e as realidades das famílias. Mesmo assim, verificaram-se situações de interação e colaboração entre professoras e pais. Por fim, a pesquisa indicou duas ausências importantes nos dados das duas escolas: de avaliações sistemáticas das reuniões de pais e da abordagem do tema ao longo da formação docente, tanto inicial como continuada. Nesse sentido, a autora faz uma proposição de modelos de análise de reuniões de pais, baseados em três indicadores de interdependência - conteúdo, estrutura ou forma e dinâmica das relações - que sinalizam um caminho para a construção de uma relação mais cooperativa entre escolas e famílias.