As mulheres livres e seus retratos roubados: como as imagens do movimento \"#elenão\", de 2018, foram deturpadas pela vingança ressentida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Itocazo, Carolina Pedrosa Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-12092024-135457/
Resumo: A pesquisa analisa a circulação de imagens femininas no Twitter, após o Movimento Ele Não, com o objetivo de caracterizar novas formas de controle sobre as mulheres utilizando imagens nas redes sociais. O Movimento Ele Não nasceu no Facebook, como um movimento de mulheres, e culminou em protestos na rua em 28 de setembro de 2018, contra o então candidato à presidência, Jair Bolsonaro. A resposta ao movimento incluiu, nas redes sociais, muitas imagens que buscavam atacar a estética e o comportamento das mulheres que participaram do movimento, tratando-as como sujas, feias, indesejáveis, inadequadas, de forma análoga ao que acontece com as feministas. Os principais marcos teóricos utilizados foram o feminismo marxista de Silvia Federici, estudos sobre imagem e o conceito de Superindústria do Imaginário, concebido por Eugênio Bucci. Mais de 90 mil imagens que circularam no Twitter durante setembro e outubro de 2018, com as hashtags #elenão, #elesim, #feminismo e #feminista, passaram por análise, com base no modelo metodológico proposto por Lopes. É possível traçar um paralelo entre a caça às bruxas, que ocorreu principalmente durante os séculos XV e XVIII, e a perseguição nas redes sociais; concluímos que as redes sociais facilitam a circulação de mensagens misóginas e que existe uma estrutura organizada por trás de tais ataques. Há ainda a apresentação de um apêndice de reapropriação da imagem feminina, composto de fotografias autorais com mulheres que foram vítimas de tais ataques