O campesinato frente à territorialização dos monopólios: o caso do assentamento Aurora em Descalvado/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mendes, Ivan Lazzari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-19012021-195253/
Resumo: Esta dissertação de mestrado estuda a possibilidade de recriação do campesinato no assentamento Aurora, situado no município de Descalvado, Estado de São Paulo. O objetivo foi investigar como esses assentados vivem e se subordinam aos ditames do capital. Noutras palavras, como sobrevivem, estabelecendo, ao mesmo tempo, relações contraditórias e combinadas com o modo de produção capitalista, numa região canavieira marcada pela industrialização da agricultura - entendido esse processo como o avanço do capitalismo no campo brasileiro. O universo do estudo abrangeu 83 famílias de assentados, que lutam para se manter na terra conquistada. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, sendo que as entrevistas foram informais e realizadas ao longo de mais de três anos, entre os primórdios de 2016 e meados de 2019. Em específico, os sujeitos da pesquisa são os membros de 48 famílias, moradores do assentamento Aurora. No contexto do assentamento Aurora, identificaram-se cinco grupos distintos de assentados, classificados segundo suas condições materiais (técnicas), financeiras e culturais. Entretanto, constatamos que, independentemente da qualidade dessas condições, esses assentados, diante de tantas adversidades e vicissitudes, lutam sem descanso para permanecer na terra recém-conquistada, restabelecendo o campesinato. Estejam eles em situação regular ou não perante os critérios do INCRA, a grande maioria se encontra em processo avançado de fixação na terra. Portanto, conclui-se que apesar dos grandes desafios que se lhes apresentam, os assentados, sujeitos desta pesquisa, estão se reestruturando para se manter através da produção agrária focada no trabalho familiar. Mesmo que lentamente, estão expandindo seus cultivos e rebanhos, na busca incessante pela sua reprodução, conquanto classe social específica do modo capitalista de produção.