Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bragança, Mário Teixeira Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-19072022-184004/
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Resumo: |
Esta tese apresenta os resultados das investigações desenvolvidas com o objetivo de caracterizar a dinâmica morfotectônica Plio-Quaternária no Noroeste do Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil, em busca de evidências que sustentem a hipótese de atividade neotectônica nas proximidades do contato entre o Cráton Brasiliano do São Francisco e a Faixa Móvel Brasília. As bacias hidrográficas dos Rios Paracatu e Urucuia delimitaram a área de estudo; localmente, a pesquisa se concentrou na sub-bacia hidrográfica do Ribeirão Cotovelo. O método morfotectônico orientou a investigação que se baseou na análise e interpretação de mapas geológicos, hipsométricos e hidrológicos, no mapeamento, análise e interpretação de lineamentos crustais, falhas, fraturas e anomalias de drenagem, no cálculo de índices morfométricos e geomórficos e em extensivo trabalho de campo. Dados básicos compilados da literatura, processados a partir de modelos digitais de elevação e imagens de satélite e coletados em campo foram organizados em mapas, convertidos em um arquivo shapefile e integrados no Qgis. Por este método, foi possível construir um marco morfoestrutural e morfotectônico regional, baseado na correlação entre informação litoestratigráfica, arranjo estrutural e elementos hidrogeomorfológicos. Duas características estruturais principais foram identificadas, compreendendo subconjuntos geodinâmicos e morfodinâmicos: primeiro, entidades tectônicas regionais ativas no longo prazo: os altos estruturais do Alto Paranaíba e Paracatu, a Flexura de Goiânia, o graben mesozóico de Abaeté, o episódio magmático da Mata da Corda e as intrusões alcalinas e alcalinas-carbonatíticas. Em segundo lugar, discordâncias cruzando as coberturas cratônicas rasas e delgadas do Mesoneoproterozoico e do Cretáceo. Essas fraturas se correlacionam bem com linhas de fraqueza crustal do evento tectônico Brasiliano e são cruzadas por outras, de direção oblíqua e perpendicular, associadas ao evento tectônico Cenozoico. O primeiro conjunto é representado pelas fraturas e falhas inversas do Pré-cambriano, orientadas preferencialmente NNW-SSE, que colocam em contato tectônico as formações rochosas do próprio Grupo Bambuí entre si e essas com as rochas da Faixa Brasília. O conjunto mais jovem compreende lineamentos orientados preferencialmente SW-NE, relacionados a fraturas de pequeno deslocamento vertical, inferidas a partir da rede de drenagem. Depósitos aluviais do Pleistoceno Superior e Holoceno compostos por fácies conglomerática inferior, apoiada sobre a rocha intemperizada, e fácies arenosa e silto-arenosa superior, formam um terraço elevado, na forma de um patamar, alçado até 50 m acima da drenagem atual; o escoamento ativo de detritos provenientes das margens dos tributários e os sistemas de leques aluviais recobrem extensivamente a planície fluviolacustre do Ribeirão Cotovelo. Relevos jovens, tais como escarpas de falhas, meandros comprimidos, cotovelos de drenagem, canais entrincheirados e indícios de pirataria fluvial, localizados nas áreas com maior densidade de lineamentos, fornecem várias evidências que delineiam uma paisagem geomorfológica de natureza morfotectônica. Além disso, outras evidências geomorfológicas, sedimentológicas e estruturais suportam fortemente a hipótese de uma drenagem desviada sobre o interflúvio Sul da bacia do Ribeirão Cotovelo, atestando a recente dinâmica morfotectônica associada à existência de um graben holecênico. No Noroeste de Minas Gerais, o clima regional se tornou mais úmido e frio entre o Pleistoceno Superior e o Holoceno, o que contribuiu para a instalação da savana tropical. Essa alteração na paisagem teve reflexos diretos na dinâmica hidrogeomorfológica. |