Condicionamento operante com reforço positivo é efetivo na melhora do manejo de curral em novilhas em confinamento?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pacor, Vítor Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-17092024-150135/
Resumo: Com a intensificação da produção de carne, bovinos estão mais propícios a manejos constantes que podem se tornar negativos, com perda de produtividade. Este estudo teve por objetivo avaliar a influência do condicionamento de bovinos fêmeas confinadas na diminuição da reatividade durante manejo de pesagem, com avaliação de emoções por termografia de infravermelho, e encontrar mudanças na face de bovinos que possam se diferenciar e futuramente, possam classificar os indivíduos pela expressão facial. O experimento foi conduzido no Biotério de Pesquisa em Biometeorologia, Etologia e Bem-estar animal (LABE), localizado na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Campus Fernando Costa. Por quatro meses, foram avaliados 90 fêmeas bovinas provenientes do cruzamento das raças Angus x Nelore, divididas aleatoriamente em 8 lotes, com peso médio de 261,2 ± 18,46 Kg, subdivididos em dois grupos: grupo controle (CNT) foi manejado apenas nos dias de coleta de dados e pesagem, a cada 28 dias, enquanto no grupo condicionado (CND) foi feito o condicionamento a cada 10 dias, levando os animais até o tronco de manejo, passando por toda a extensão e oferecido uma recompensa ao final (farelo de milho). Durante o manejo de pesagem para pesagem, foram medidas a temperatura retal, frequência respiratória e temperatura da superfície facial por meio de termografia de infravermelho (emissividade 0,98). Foram obtidas de cada animal imagens termográficas da fronte, espelho nasal, orelha e região ocular e avaliados os valores máximos de temperatura termográfica (hot spots) de cada região. Além disso, imagens da face de frente foram realizadas com câmera 12MP para avaliação de pontos para reconhecimento de emoções. Após a pesagem, foi avaliada a reatividade do animal na balança, com escores variando de 1 a 4, sendo 1 animal não reativo e 4 o animal muito reativo. A medida de velocidade de fuga foi feita após a saída do animal da balança. A análise estatística contemplou o efeito fixo de tratamento (CNT; CND), tempo (mês de confinamento) e suas interações e animal como medida repetida. Foi observada redução no tempo de manejo para ambos os tratamentos (P<0,05) e menor tempo para os animais condicionados (P<0,05). Para a variável velocidade de fuga houve efeito da interação e do tempo (P<0,05), com médias diminuindo ao longo dos meses, porém não houve efeito do tratamento (P>0,05). Para as análises fisiológicas analisadas, como temperatura retal (TR) e frequência respiratória (FR) houve efeito para tratamento e para tempo (P<0,05), com maiores médias para animais não condicionados. A reatividade não apresentou efeito de tratamento (P=0,5511) nem interação tempo e tratamento (P=0,5194), com média de 1,81±0,124 para os grupos de novilhas condicionadas ao manejo e 2,28±0,142 para o grupo de não condicionadas. A temperatura termográfica do espelho nasal teve efeito do tratamento (P < 0,001), sendo maior nos animais não condicionados. As demais variáveis como temperatura frontal, temperatura das orelhas esquerda e direita e ocular, não foram afetadas pelo condicionamento (P>0,05). Os pontos da face indicadas para avaliar as mudanças de expressão facial foram olhos, boca, narinas e tremores na boca. Através desses pontos foi possível classificar os animais em três grupos distintos. Pode-se concluir que o condicionamento operante com reforço positivo se mostrou eficaz na melhoria do manejo dos animais, sendo a temperatura termográfica do espelho nasal um bom local para avaliação do estresse.