Conservação da biodiversidade por empresas de capital aberto: uma análise através da metodologia LIFE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Reale, Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-03102016-174101/
Resumo: A antropização dos ambientes naturais vem ocasionando efeitos adversos aos sistemas ecológicos, acelerando a perda da biodiversidade. Como resultado, as alterações climáticas tornaram-se mais frequentes e com maiores proporções de desastres. Por tanto, é imperativo que novas formas de exploração dos recursos naturais sejam incorporadas pelos diversos setores econômicos, diminuindo, minimizando e/ou mitigando os impactos negativos à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos. Este trabalho avaliou os relatórios socioambientais de todos os empreendimentos que permaneceram listados nos Índices de Sustentabilidade Empresarial da bolsa de valores de São Paulo entre 2005 e 2014, analisando se os empreendimentos reconhecidos como os detentores das melhores práticas sustentáveis contribuem, voluntariamente, para a conservação, recuperação e manutenção dos serviços ecossistêmicos nos biomas e regiões hidrográficas onde estão instalados. As coletas e as análises de dados foram realizadas através da metodologia da certificação LIFE (Lasting Initiative For Earth), que qualifica e quantifica os impactos ambientais negativos à biodiversidade ocasionados pelos processos produtivos de empreendimentos de qualquer porte ou setor. A metodologia LIFE também qualifica e quantifica as ações de conservação que os empreendimentos desenvolvem e, principalmente, indica quais são as ações conservacionistas que deverão ser desenvolvidas para minimizar e/ou mitigar, minimamente, os impactos ambientais ocasionados aos ecossistemas por meio dos processos produtivos. Das 11 empresas avaliadas, 10 não desenvolvem ações de conservação suficientes para mitigarem os impactos ambientais nos biomas e regiões hidrográficas a que pertencem, mesmo sendo sete delas diretamente dependentes dos serviços ecossistêmicos. Apenas a empresa E9, do setor florestal (Papel e Celulose), mitigou os impactos e reconheceu que as ações conservacionistas privilegiam e favorecem o desenvolvimento de suas atividades produtivas e na qualidade de seus produtos. Todas as demais empresas listadas no ISE, avaliadas neste estudo, demonstraram que não desenvolveram, voluntariamente, ações conservacionistas que minimizem e/ou mitiguem impactos ambientais à biodiversidade com o intuito de manterem e restaurarem os serviços ecológicos dos quais se beneficiam. Propõe-se, então, que a metodologia da certificação LIFE pode ser utilizada como um instrumento adicional de gestão ambiental, auxiliando empresas a fortalecerem seus posicionamentos de sustentabilidade frente à bolsa de valores paulista e aos demais stakeholders.