A co-oficialidade da língua tétum e da língua portuguesa: um desafio para a formação de professores no Timor-Leste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Reis, Francisca Maria Soares dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-27012012-150712/
Resumo: O objetivo desta pesquisa é identificar os documentos oficiais da educação de Timor- Leste para verificar as semelhanças e diferenças de tratamento entre as Línguas Portuguesa e Tétum no contexto pós-independência, na condição de línguas oficiais de Timor-Leste. O corpus da pesquisa foi constituído pelo Currículo do Ensino Básico, pelo Guia dos Professores e pelos Programas de Ensino desde ensino básico até o ensino superior. Identificamos que entre as duas línguas o Português recebe prioridade em relação ao Tétum nos documentos oficiais como os programas de ensino, nos quais encontramos um espaço de grande diferença nas cargas horárias entre os dois idiomas. O Tétum, apesar de língua nacional e língua oficial, está tendo diminuída a sua carga horária. Essa diminuição nos traz a preocupação de que no futuro a Língua Tétum possa perder mais espaço se não receber mais atenção. Parte importante das concepções teóricas que oferecem subsídios para este trabalho são oriundas da Análise do Discurso da qual trabalhamos a ideia de processo de produção de um discurso, envolvendo as condições sócio-históricas e a ideia de espaços em que os discursos são produzidos. Assim, implementar a língua Tétum como língua oficial no ensino em Timor-Leste é um desafio tendo em vista que o Português está tendo mais prioridade nas escolas do que o Tétum, inclusive por falta de materiais didáticos e formação de professores em Tétum. Esses são alguns desafios que devem ser vencidos para uma contínua aposta no ensino e na prática da língua Tétum no país. Para tanto, faz-se necessário criar condições para assegurar uma formação inicial e contínua de todos os professores de língua Tétum, seja no nível básico, seja no nível superior de ensino. A língua Tétum deve ser a grande prioridade, pois os professores timorenses devem ser proficientes na língua co-oficial do país, tanto na oralidade quanto na escrita e competentes em metodologia, sobretudo em termos de estratégias de ensino-aprendizagem do Tétum, sendo eles os responsáveis em aprender e ensinar a língua Tétum, a 2ª língua materna e língua oficial dos timorenses. Dessa forma, pode-se garantir que o ensino de Tétum contribua para assegurar a afirmação da identidade e das expressões culturais do país. Defendemos que, para que o Tétum seja desenvolvido, é preciso que os professores tenham formação específica desta língua na Universidade, para professores desta língua, pois usar a língua mais familiarizada pelo aluno certamente propiciará uma interação mais eficaz. Acreditamos que o resultado de nossa reflexão esteja na indicação de um caminho para o diálogo entre a Universidade e a escola básica e entre os professores e os alunos em sua própria língua.