Que bilinguismo é esse? Concepções presentes no projeto político-pedagógico de escolas que se autodenominam bilíngues

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mizukami, Adriana Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-06012021-093350/
Resumo: Com o propósito de investigar qual concepção de bilinguismo permeia a proposta de educação bilíngue de escolas que se autodenominam bilíngues em uma cidade do nordeste do estado de São Paulo, esta pesquisa, de cunho qualitativo e documental, foi realizada. Para que tal objetivo fosse alcançado, buscou-se nos Projetos Político-Pedagógicos (PPP) das escolas que aceitaram participar da pesquisa, identificar os elementos que compõem os documentos, compreender quais as perspectivas teóricas (linguísticas/educacionais) os estruturam e analisar como essas escolas concebem o aluno bilíngue. Como aporte teórico desse trabalho procurou-se estabelecer um diálogo com as concepções de Mikhail Bakhtin e seu Círculo, assim como com outros autores. Tornou-se necessário, inicialmente, discorrer sobre algumas perspectivas linguísticas que abordam a concepção de língua, bilinguismo e educação bilíngue, tendo em vista que esses são conceitos/ideias que carregam, historicamente, vários sentidos. Foram abordadas também questões referentes ao planejamento escolar, que se materializa nas instituições por meio de seu PPP. Das 144 instituições de Educação Básica pertencentes a rede privada de ensino do município, 03 escolas se autodenominavam bilíngues. Destas, 02 ofereceram a oportunidade para que a pesquisa fosse realizada, doravante escolas A e B. Compreendeu-se no PPP da escola A, que a presença de diferentes perspectivas teóricas (cognitivas e sociais) compondo o documento, revelaram um trabalho educacional semelhante ao vivenciado pelas escolas italianas de Reggio Emilia. Seu aluno constituiu-se bilíngue por meio da adoção de um currículo integrado, no qual o inglês e o português são utilizados nas relações cotidianas da escola, em todo ambiente escolar, como decorrência de seu programa de imersão. Neste sentido, a concepção de bilinguismo da escola A possibilita que os alunos vivam a língua em sua integridade concreta, transitando entre dois sistemas semióticos. A escola B apresentou sua proposta pedagógica norteada pela perspectiva de Jean Piaget, revelando assim, a presença de um sujeito cognitivo, protagonista de sua aprendizagem. Contudo, a proposta bilíngue dessa instituição ocorre por meio de um currículo optativo desenvolvido em período distinto daquele destinado às aulas regulares, por meio da adoção de um material de uma editora européia. Desta forma, entende-se que o aluno se constitui bilíngue apenas por aprender uma segunda língua. Somado a esses dados, identificou-se ainda nos dois PPPs, a presença de um discurso por meio do qual se compreende que ser bilíngue - português/inglês - será determinante para que os alunos tenham melhor desempenho em diferentes áreas de suas vidas.