Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Alex Júnior |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-21022020-140436/
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Resumo: |
Introdução: A sepse é uma síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), de caráter multifatorial e com consequências graves para a sobrevida dos pacientes, gerando um alto custo hospitalar e um aumento no tempo de internação na UTI. Entretanto, em 2016, o último consenso de sepse (sepsis-3) trouxe alterações nas definições e nos conceitos quando comparado com o consenso de 2013 (sepsis-2), com adição de novos escores definidores do diagnóstico, baseando-se em exames laboratoriais e alterações fisiológicas. Para otimização dos recursos e garantia de um tratamento mais adequado ao paciente com sepse, recomendase a criação de uma linha de cuidado em sepse dentro dos ambientes hospitalares. Objetivos: Avaliação do perfil de pacientes incluídos dentro de uma linha de cuidado em sepse e avaliar o impacto institucional da utilização dos novos critérios de sepse (Sepse-3) nas taxas de hospitalização geral e ocupação de leitos de terapia intensiva. Métodos: Estudo prospectivo, unicêntrico, onde foram avaliados pacientes incluídos em um protocolo institucional de sepse do Hospital São Lucas de Ribeirão Preto. Através da revisão deste protocolo e do prontuário médico foram adquiridos os dados demográficos, clínicos e a evolução intra-hospitalar. Em todos os pacientes foram aplicados o critério antigo (sepsis-2) e o critério novo (sepsis-3). Foi obtido o número total de internações hospitalares e o número total de internações na UTI - Unidade de Terapia intensiva no período do estudo. Resultados: Foram incluídos 525 pacientes no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2017, sendo 49% do sexo masculino, com mediana de idade de 76 anos (62-86), sendo a maioria com infecção comunitária (72%) e pneumonia (58%), como o principal local de infecção. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 35%. A sepse foi responsável por 4,4% do total de internações hospitalares e por 18% das internações em UTI. Utilizando-se a classificação atual se observou uma mortalidade intra-hospitalar de 10% no grupo com infecção sem disfunção de órgãos, 33% no grupo com sepse e 73% no grupo com choque séptico (p<0,0001). Na reavaliação em 48 horas, dos 72 pacientes que não preencheram inicialmente os critérios de sepse, foi observado que 18 pacientes (25%) passaram a preencher estes critérios e um paciente (1%) preencheu critérios de choque séptico. O quick SOFA apresentou melhor acurácia para a triagem de sepse do que os critérios de SIRS (área sob a curva ROC (AUC-ROC) de 0,65 (IC95%: 0,59-0,71) vs. 0,53 (IC95% 0,47-0,59); p=0,001. O escore SOFA foi o que apresentou maior acurácia prognóstica para determinação da mortalidade intra-hospitalar [AUC-ROC: 0,76; IC95%: 0,71-0,80], o quick-SOFA apresentou uma acurácia prognóstica intermediária (AUC: 0,65; IC95%: 0,60 - 0,700) e o SIRS apresentou a menor acurácia prognóstica (AUC: 0,57; IC95%: 0,51 - 0,610), p<0,0001. Em relação ao cumprimento do bundle de primeira hora, respectivamente no grupo com infecção sem disfunção de órgãos, sepse e choque séptico foi 100%, 100% e 100% p=1,0 para a coleta de lactato; foi 94%, 98% e 97%; p=0,159 para o início do antibiótico; foi 39%, 29% e 39%, p=0,08 para a expansão com cristalóide e foi 00%, 12% e 95%, p<0,0001 para o início do vasopressor. Conclusões: A sepse representa importante causa de ocupação dos leitos de terapia intensiva. O quick SOFA foi mais adequado que o SIRS para triagem de pacientes com sepse. A classificação atual divide os pacientes em sub-grupos (infecção sem disfunção de órgãos, sepse e choque séptico) com prognósticos distintos. O cumprimento do bundle da primeira hora é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade assistencial prestada no contexto da sepse. |