Compreensão psicossocial da vida de trabalho para pessoas com nanismo: entre a estigmatização e o reconhecimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Michelle Pinto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-18112019-182200/
Resumo: A complexidade psicossocial de nanismo difere de outras condições incluídas sob a rubrica de incapacidade física devido a construções culturais socialmente existentes em torno de sua identidade. A construção simbólica a respeito do seu corpo é central nesta experiência da diferença, cuja anormalidade se inscreve em um regime de visibilidade mais próximo do exótico, o que atrai um mercado de trabalho voltado para o entretenimento. Em razão do uso do estigma como força de trabalho, este estudo tem como objetivo compreender a vida de trabalho para pessoas com nanismo através de uma análise psicossocial. Para isto, buscou-se identificar as consequências da estigmatização na vida social, como ela se reproduz na esfera do trabalho e compreender as possibilidades de reconhecimento no trabalho. Foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva, com a participação de sete pessoas com nanismo. Com cada uma delas foi realizada uma entrevista semiestruturada e as narrativas foram tratadas com análise de conteúdo, que geraram cinco temas: família, trajetória educacional, relações sociais, vida de trabalho e reconhecimento. Em torno deles, quando necessário, foram extraídos subtemas para delimitar e aprofundar a discussão. Os resultados indicaram que na vida social as pessoas com nanismo passam por experiências de humilhação e desrespeito em razão das associações feitas ao estereótipo construído a seu respeito. Na esfera do trabalho, este estereótipo é usado como base para recrutamento em atividades ligadas ao cômico e ao entretenimento. A Lei de Cotas teve impacto significativo na criação de oportunidades em empregos convencionais, o que permitiu mobilidade ocupacional para entrevistados que passaram anos em trabalhos estereotipados. Nos ambientes corporativos, ser reconhecido em pé de igualdade a outros funcionários, e ao mesmo tempo em sua diferença, com adequação para acessibilidade, por exemplo, foram mencionados como fatores de reconhecimento. No mercado informal de trabalho, a autonomia para negociar as condições e o tipo de trabalho artístico esteve entre as possibilidades de reconhecimento. Com estes resultados, pretende-se preencher lacunas até então abertas sobre estudos relacionados a trabalho de pessoas com nanismo