Avaliação da resposta inflamatória provocada pelo colapso pulmonar induzido em eqüinos hígidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Penna, Ana Carolina Bertolaci Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-19072011-105854/
Resumo: O organismo apresenta diversas reações integradas em resposta à injúria, com o objetivo de restaurar a homeostase. Dentre esses mecanismos, destaca-se a resposta inflamatória, já que sem ela a injúria que acometeu o organismo dificilmente seria resolvida. Todo procedimento cirúrgico representa uma injúria para o organismo. As técnicas cirúrgicas minimamente invasivas tendem a gerar respostas deletérias mais brandas aos animais; as cirurgias torácicas envolvem, porém, um trauma adicional caracterizado pelo colapso pulmonar, que se faz necessário mesmo nas técnicas minimamente invasivas. Foram realizados em humanos diversos estudos que avaliam as vantagens desta técnica em relação à toracotomia; na espécie eqüina, a toracoscopia vem sendo aplicada na rotina hospitalar desde a década de 80 e relatos afirmam ser um procedimento cirúrgico seguro. No entanto, não foram descritos dados referentes à resposta inflamatória decorrente deste procedimento. Desta forma, este estudo visou avaliar a resposta inflamatória sistêmica e local decorrente da técnica, na qual a indução e redução do colapso pulmonar foram feitas de maneira controlada. Foram utilizados 12 eqüinos hígidos, de raça e idade variadas, de ambos os sexos. Os animais foram divididos em dois grupos, submetidos à toracoscopia com duração de 30 e 60 minutos (grupos 1 e 2, respectivamente). As pressões intratorácicas foram controladas em todos os procedimentos, permitindo controle da indução e redução do colapso pulmonar, diminuindo assim a ocorrência de pneumotórax residual. Amostras de sangue, líquido pleural e lavado bronco alveolar foram coletadas antes do procedimento (M1), e duas (M6), seis (M7) e 24 horas (M8) após o início do colapso pulmonar. Estas foram usadas para avaliação da resposta inflamatória por meio de mensuração da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) pelas células presentes em cada tipo de amostra, utilizando-se como metodologia a citometria de fluxo, e para a quantificação de citocinas por ELISA (IL-1β) ou por ensaio biológico (TNF-α e IL-6). Para análise dos resultados foi considerada a possível influência dos fatores grupo e momento experimental em cada uma das variáveis estudadas. Os valores de burst oxidativo apresentados pelas células das amostras em questão não sofreram influência dos fatores avaliados. Não foi possível avaliar a variação dos níveis de IL-1β pela metodologia aplicada. Os níveis de TNF-α sofreram influência estatisticamente significativa do fator momento experimental nas amostras de lavado broncoalveolar e líquido pleural, sendo que M6 apresentou maiores níveis desta citocina; não foi observada influência desses fatores nos níveis plasmáticos da mesma. Em relação a IL-6, foi observada influência do fator momento experimental nas amostras de plasma e lavado broncoalveolar, e de ambos os fatores nas amostras de líquido pleural, sendo que os níveis dessa citocina apresentaram um padrão de aumento mais tardio que o apresentado pelo TNF-α. Concluímos que o colapso pulmonar induzido por infusão de gás CO2 em eqüinos hígidos provocou uma reação inflamatória localizada na cavidade torácica, em que não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos experimentais. Assim, a cirurgia torácica videoassistida em eqüinos com até 60 minutos de duração pode ser indicado sem que fatores oriundos da técnica cirúrgica agravem a enfermidade. Uma vez que não foi observada influência dos fatores estudados nos valores de pressão intratorácica, acreditamos que a metodologia aplicada foi adequada para a realização da técnica, provendo adequado controle e redução da ocorrência de pneumotórax residual, que somente foi observado nos casos onde ocorreu pneumotórax bilateral durante o procedimento cirúrgico.