Classificação do estado nutricional de adultos jovens mediante o índice de massa gorda: uma comparação entre instrumentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Borges, Franciane Góes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/109/109131/tde-17062021-092831/
Resumo: A avaliação do Estado Nutricional (EN) é um recurso importante para a triagem de casos de obesidade ou subnutrição, condições estas associadas ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), responsáveis pelas principais causas de mortes no mundo. O índice de massa gorda (IMG) relativiza a gordura pela estatura, corrigindo a confusão do excesso de peso muscular ou de gordura. Como indicador do EN, apresenta vantagens em relação ao índice de massa corporal (IMC) e à porcentagem de massa gorda (%MG), tradicionalmente mais utilizados. Porém as propostas para avaliação do EN segundo o IMG, na sua maioria definem os percentis ou apenas o intervalo de normalidade, sem discriminar casos extremos de sobrepeso, nem diferentes graus de obesidade ou severidade da magreza. Logo, não auxiliam para uma efetiva triagem na prevenção de DCNT. Há somente uma proposta que determina até oito categorias do EN a partir dos dados de NHANES derivados por densitometria de corpo total (DXA). Contudo, o instrumento utilizado (DXA) é dispendioso e nem sempre disponível. Além do mais sua aplicabilidade substitutiva por outros instrumentos ainda não foi testada. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a viabilidade de uso de diferentes instrumentos na classificação de categorias do EN segundo o IMG referenciado na DXA, em adultos jovens brasileiros. O IMG de 69 mulheres e 66 homens universitários (18 a 30 anos) foi determinado a partir da DXA, bioimpedância elétrica (BIA) e dobras cutâneas (DOC). Houve diferenças da CC entre sexos (p < 0,001) em todas as comparações. A concordância entre os instrumentos foi testada (Bland Altman) para valores absolutos de IMG e sua capacidade de classificação do EN (teste Qui-quadrado e índice Kappa). Os resultados mostraram que a DOC subestimou o IMG dado por DXA em 1,9 kg/m2 para ambos os sexos, com diferenças estatisticamente significantes (p < 0,001). Para BIA, a discordância da DXA foi ainda maior nas mulheres (2 kg/m2); mas inversamente superestimou o IMG em homens (1,4 kg/m2), com vieses mais reduzidos. Também não houve concordância entre as classificações de EN (NHANES) entre DXA e BIA, ou DXA e DOC. A exceção ocorreu entre DXA e BIA para homens, embora com concordância \"razoável\" (k = 0,214; p = 0,001). Assim, a classificação do EN por pontos de corte de IMG dados por DXA não se aplicam para BIA e DOC. Os índices corporais (IMG, %MG e IMC) classificam o EN de forma distinta, valendo ressaltar certa interdependência entre os índices capazes de bem distinguir MG de MIG. A definição dos limiares de classificação do EN deve, portanto, ser de acordo com o instrumento empregado na sua proposição. Dessa forma, permanece o desafio de que propostas determinantes das categorias do EN sejam geradas por DOC ou BIA.