Avaliação da dinâmica insulina-glicose, citocinas inflamatórias e marcadores metabólicos em éguas gestantes e seus potros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Affonso, Fernanda Jordão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-26092019-115553/
Resumo: Os objetivos do nosso trabalho foram avaliar escore de condição corporal, dinâmicas de insulina e glicose, metabolismo de lipídeos e produção de adipocinas em éguas gestantes, a partir do dia da ovulação, a cada 55 dias de gestação, até o início da lactação (21 dias pós-parto), comparando éguas lactantes durante o início da gestação, com éguas não lactantes (Experimento 1), além de avaliar a influência da condição materna de lactante com medidas corporais, produção de adipocinas, metabolismo de lipídeos e de insulina e glicose dos potros do 1º ao 28º dia de vida. Utilizamos 12 éguas matrizes da raça Mangalarga Paulista, sendo 7 éguas não lactantes (NL, que não ficaram gestantes na estação anterior) e 5 éguas recém paridas, em lactação (L: lactantes) e seus potros (7 potros provenientes de éguas lactantes: ENL e 5 potros de éguas lactantes: EL). As avaliações e coletas de sangue das éguas foram realizadas no dia da ovulação (D0), aos 55, 110, 165, 220, 275, 330 dias de gestação (D55, D110, D165, D220, D275 e D330) e 21 dias pós-parto (D21pp) e do D1 ao D28 (D1, D7, D14, D21 e D28) nos potros. No Experimento 1, os escores de condição corporal (ECC) e escore de crista de pescoço (ECP) sofreram efeito do tempo, sendo ECC maior no D330 em comparação com D0 e D21pp, porém igual aos outros tempos de gestação, já o ECP, aumentou com o decorrer da gestação, apresentando diferença em relação ao D0, a partir do D220, voltando a se igualar no D21pp. A gordura subcutânea retroperitoneal (RET) foi menor no D21pp em comparação ao D0, D55 e D110, a do espaço intercostal (EIC) no D21pp foi menor do que o D110, porém igual aos outros tempos, que foram iguais entre si. As concentrações basais de insulina foram menores no D21pp em relação aos outros tempos, com exceção do D165. A área sob a curva de glicose (ASCg) foi maior no D275 em comparação com o D21pp. Os valores de RISQI foram maiores no D21pp do que no D55, D165 e D220. A concentração de cortisol foi maior no D55 do que no D220, 275 e 21pp. A resistina foi maior no D110 e no D165 do que no D0, D275, 330 e 21pp, já a leptina foi maior no D55, e no D110, o D110 foi igual ao D0, D220, e ao D275, porém maior que o D330 e ao D21pp. Quanto aos grupos, as L apresentaram menor ECC, GAR, EIC, insulina basal, ASCg e MIRG e maior RISQI, adiponectina e fator de necrose tumoral (TNFα). Houve interação entre grupo e tempo de gestação nas concentrações basais de glicose: entre as éguas L, não houve diferença ao longo do tempo, nas NL, as coletas D0, D55 e D110 apresentaram maiores concentrações que o D21pp, além de maiores concentrações nas éguas NL que L; na área sob a curva de insulina (ASCi): nas éguas L não houve alteração ao longo do tempo, já nas NL, a curva foi maior no D165 e D275 que no D21pp, as éguas L tiveram menor curva no D55, D110, D165, D275 e D21pp; triglicérides: nas éguas L, a concentração foi maior no D330 do que nos dias 0, 55, 110, 165 e D21pp, mas foi igual aos dias 220 e 275; nas éguas NL, não houve diferença ao longo dos tempos de gestação, já o D21pp apenas se igualou ao D0, sendo sua concentração menor do que as obtidas durante a gestação, nos tempos D0, D55, D110 e D165, as concentrações foram maiores no grupo NL do que no L; e AGNE: entre as éguas L, não houve efeito ao longo do tempo, nas NL a coleta D275 apresentou maior concentração que as do D0, D55 e D110, que por sua vez se igualaram aos outros tempos, houve maiores concentrações nas éguas NL que L nas coletas D165 e D275. No Experimento 2 nenhuma variável avaliada apresentou efeito de interação. O peso foi maior no D21 e D28 e os tempos D1, 7 e 14 diferiram entre si. A altura foi maior no D21 e D28, no D21 igual ao D14, sendo maior que o D1 e D7, que diferiram entre si. O perímetro torácico foi maior no D28. O perímetro de canela foi maior no D28 em comparação ao D1, D7 e D14. As concentrações de insulina foram menores no D1 e iguais nos outros tempos, glicose foi menor no D28, que se igualou ao D21, sendo igual aos outros tempos. Já o triglicérides foi maior no D1 e no D7, no D14 se igualou a esses tempos e ao D21 e no D28 foi menor que os outros tempos, sendo igual ao D21. O cortisol foi maior no D1 e menor em todos os outros tempos. A IL10 foi maior no D1 e no D28. Todas as características corporais foram menores nos EL do que nos ENL. IGF-1, IL6, IL10 e TNFα foram maiores nos ENL. Como conclusão, as éguas lactantes apresentam melhor adaptação metabólica à gestação do que as éguas não lactantes, mostrando menores concentrações de insulina e glicose, maior sensibilidade à insulina e maior tolerância à glicose. Nos potros, algumas características se alteraram com o avanço da idade como insulina, glicose, triglicérides e cortisol, além da produção de IL10. Concluímos também que o status materno de lactante durante o terço inicial de gestação influencia o potro, refletindo em maior concentração de IGF1, IL6, IL10 e TNFα nos potros de éguas não lactantes. Observamos também que maior insulina materna se correlaciona com menor peso e altura do potro. Concluindo que o metabolismo materno durante a gestação influencia em características pósnatais do neonato até os 28 dias de vida.