Análise morfológica de neurônios que expressam o receptor de leptina durante as diferentes fases da maturação sexual de camundongos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moraes, Larissa Campista Lana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42131/tde-31072019-074925/
Resumo: Humanos e camundongos deficientes tanto na produção da leptina quanto na expressão do seu receptor (LepR) são obesos, hiperfágicos e inférteis; o tratamento com reposição de leptina em indivíduos deficientes na produção desse hormônio garante que haja redução no peso corporal, seja retomada ciclicidade estral e a fertilidade. Ainda, o tratamento com leptina em fêmeas prépúberes normais acelera o início da puberdade, sugerindo que esse hormônio tem papel crucial no tempo de início da puberdade. Ao relacionarmos leptina e puberdade, uma informação interessante é que, neurônios que secretam hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), localizados na área pré-óptica medial (MPO) não coexpressam o LepR. Além disso, embora poucos neurônios que expressam o RNAm que codifica o gene Kiss1 do núcleo arqueado sejam responsivos à leptina, a sinalização da leptina nesses neurônios só ocorre após a puberdade e, a inativação do LepR nesses neurônios não afeta a reprodução. Por esses motivos, acredita-se que a leptina atue de forma indireta no controle da reprodução. Além dos núcleos MPO e ARH, o núcleo pré-mamilar ventral (PMv), que apresenta uma parcela de neurônios que expressam o LepR, também está envolvido na regulação neuroendócrina da reprodução. Estudos anteriores demonstraram que alterações nos níveis circulantes de estrógeno alteram características biofísicas e morfológicas de neurônios que expressam o gene Kiss1. Embora a leptina seja fundamental na maturação sexual não sabemos se os neurônios que expressam o LepR são suscetíveis a essas alterações durante a maturação sexual. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar se neurônios LepR presentes nos núcleos MPO, ARH e PMv sofrem alterações morfológicas durante a maturação sexual e mediante ausência de hormônios gonadais. Foram utilizados camundongos (fêmeas) LepR-Cre tdTomato, divididas em 4 grupos experimentais: pré-púberes, púberes, adultas e ovarectomizadas (OVX). A maturação sexual foi avaliada, para determinação do dia da abertura vaginal e primeiro estro. Nas idades específicas os encéfalos foram processados e coletados para posterior quantificação e aferição da área de superfície de neurônios LepR. Realizamos, também, imunoistoquímica de fluorescência para pSTAT3 para quantificar o percentual de neurônios responsivos à leptina. Os resultados obtidos demostraram que ocorreu um aumento no número de neurônios LepR no núcleo ARH com o avanço da idade. Porém, não houveram diferenças significativas quanto ao número de neurônios nos núcleos MPO e PMv. Também não observamos alterações na área de superfície nos núcleos analisados. Em relação a ativação de neurônios LepR via marcação de pSTAT3, o núcleo MPO apresentou uma diminuição no percentual de neurônios ativos quando comparamos os grupos pré-púberes com os grupos adulta e OVX. O oposto aconteceu no núcleo ARH onde obtivemos um aumento desse percentual com o avanço da idade. Em ambos os núcleos (MPO e ARH) o percentual de neurônios LepR ativados no grupo OVX foi estatisticamente semelhante ao grupo adulta, diferindo somente do grupo pré-púbere. O núcleo PMv não apresentou diferenças estatísticas entre os grupos analisados. Nossos dados sugerem que estrógeno e leptina podem interagir de formas distintas em diferentes regiões hipotalâmicas.