Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Andery, Rafael Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-17022020-131021/
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Resumo: |
A partir de meados dos anos 1980, o México passa a realizar uma transição de Estado nacional-desenvolvimentista de economia protegida em Estado exportador de economia liberal e aberta para o mundo. A sólida organização do setor privado mexicano, construída desde os anos 1970, proporcionou grande influência deste na reformulação das políticas econômica e externa de seu país a partir desse período. No presente trabalho, procurarei reconstituir essa influência ao longo de dois momentos cruciais da história recente mexicana, quais sejam os processos negociadores do NAFTA e de seu possível sucessor, o USMCA, ainda pendente de aprovação pelos Legislativos americano e canadense. A escolha dos dois processos negociadores e da atuação do empresariado organizado mexicano como objetos de estudo da dissertação justificam-se, primeiramente, para aprofundar-se nas diferenças e semelhanças na condução - e, em menor escala, nos resultados - de negociações comerciais internacionais pelo México em dois cenários de transformação drástica de políticas externas. Se em meados dos anos 1980 o México passa a realizar uma transição de Estado nacional-desenvolvimentista de economia protegida em Estado exportador de economia liberal e aberta para o mundo, nos últimos dois anos os Estados Unidos passam a perseguir, em certa medida, um caminho antagônico, com a imposição de restrições ao livre-comércio internacional e a promoção de medidas protecionistas. Além disso, para o leitor brasileiro, o trabalho pretende lançar luz sobre o funcionamento e atuação do empresariado mexicano dentro de contextos tão diversos de negociações comerciais. Ao focar em fontes primárias que mostram as manifestações oficiais de governos e organizações empresariais, bem como em fontes secundárias que relatam declarações não oficiais dos principais atores individuais envolvidos nas conversas, notadamente através do levantamento de mais de 500 notícias em publicações mexicanas e americanas contemporâneas aos fatos, buscamos um olhar o mais próximo possível do dia a dia dos processos negociadores, registrando a progressão das demandas apresentadas pelo empresariado, bem como eventuais recuos e alterações nas orientações da cúpula empresarial. Aqui, interessa apreender como reage o empresariado aos estímulos e determinantes externos a ele, sejam eles advindos do próprio poder público mexicano ou de potências estrangeiras, notadamente os Estados Unidos, bem como compreender como se organizam tais demandas diante das diferentes exigências dos diversos setores produtivos envolvidos nas negociações. Ao fim, busco apontar as principais semelhanças e diferenças na condução e acompanhamento das conversas pelo setor produtivo nos dois períodos reconstituídos, buscando avaliar como eles influíram nos resultados finais dos acordos firmados entre Canadá, México e Estados Unidos. |