Conhecimentos e opiniões de usuários sobre a importância do exame e das amostras de escarro no diagnóstico da tuberculose pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Campinas, Lucia de Lourdes Souza Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-14072014-115323/
Resumo: A tuberculose continua sendo um sério problema de saúde pública no Brasil. O coeficiente de mortalidade vem tendo aumento significativo, apesar de todo o avanço tecnológico no campo dos recursos diagnósticos e de tratamentos disponíveis. Esta pesquisa teve como objetivo identificar conhecimentos e opiniões de usuários num serviço de saúde do Município de São Paulo Brasil, sobre a importância do exame das amostras de escarro no diagnóstico da tuberculose pulmonar pelo método bacteriológico. Setenta e oito (78) usuários foram entrevistados, durante o período de junho e julho de 1998. Os resultados mostram uma população com baixas condições sócio-econômicas. Todos os entrevistados haviam sido submetidos à baciloscopia de escarro e radiografia de tórax, e (46,2 por cento ) confiavam mais no RX do que na baciloscopia de escarro. Embora 93,6 por cento alegassem terem sido orientados quanto à colheita de escarro, constatou-se que 33,3 por cento deles, não sabiam colher o exame e 15,4 por cento apresentavam dúvidas. Quando indagados sobre a importância da colheita de mais de uma amostra, 52,1 por cento não souberam responder. Quanto à importância atribuída ao exame de escarro, 10,4 por cento citaram que o exame serve para avaliar o tratamento e, 16,6 por cento que o mesmo descobre se a doença é ativa; embora, uma grande maioria (72,9 por cento ) mencionassem que fizeram o exame porque o médico solicitou. As dificuldades quanto ao entendimento das orientações recebidas apresentam-se relacionadas às condições sócio-econômicas precárias da população estudada, ao modo de trabalho da equipe de saúde, aliadas à atitude passiva dos usuários diante da assistência prestada, ao forte estigma quanto ao ato de escarrar e a crença de que o exame radiológico é o melhor método diagnóstico. A somatória destes fatos promove falhas na qualidade da assistência prestada e na efetivação das ações do Programa de Controle da Tuberculose, o que traz, consequentemente, uma perda da qualidade dos serviços e o agravo do problema da tuberculose em nosso meio.