Esboço de uma sociologia política das ciências sociais contemporâneas (1968-2010): a formação do campo da segurança pública e o debate criminológico no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vasconcelos, Francisco Thiago Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-13042015-171013/
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto a formação de uma área de pesquisas sobre crime, violência e punição nas ciências sociais contemporâneas no Brasil(1968-2010) e sua relação com a constituição de um campo da segurança públicaconvergência entre campo científico e arenas de política pública -,concebido como parte de um dispositivo de saber-poder(Foucault, 2000;2005), que se pretende alternativo ao monopólio do saber jurídico e policial no sistema de justiça criminal. Considerando a conversão da \"violência urbana\" em problema público, analisamos como no debate sobre o tema se constituem pontes entre preocupações públicas e questões científicas a partir de centros de pesquisa e de sua articulação com redes de ativismo na sociedade civil e no interior do Estado. Estivemos atentos a dois aspectos: 1) de um lado, à constituição de especialidades ou (sub)disciplinas em meio às disputas entre grupos de pesquisa por recursos burocráticos no interior de um campo científico; 2) de outro, à formação de redes de atores voltadas à legitimação política dos princípios causais, normativos e instrumentais a que estão identificados. Em, outras palavras, os cientistas sociais são analisados como atores voltados à conversão de contextos de politização em processos de disciplinarização e de estatização. Buscamos, assim, problematizar as ambiguidades do duplo papel dos pesquisadores deste campo, como construtores de padrões organizacionais de autonomia científica e como reformadores se esforçando por transformar seus saberes em práticas de governo através da profissionalização dos agentes aserviço do Estado e da formalização dos saberes a partir dos quais a administração se legitima. Trata-se, em suma, de analisar a mobilização de cientistas sociais para se legitimarem como agentes reconhecidos na disputa pela imposição de uma visão legítima do fenômeno da violência que sirva de base para o desenvolvimento de novas práticas técnico-políticas de gestão do social por parte do Estado. Observamos que o embate entre correntes políticas nas agendas de reforma dos sistemas de justiça criminal e segurança pública tensio na o campo de pesquisas entre esforços de reconfiguração crítica do modelo de Ciências Criminais integradas ao Direito Penal e um modelo de Criminologia independente, como formação profissional na área de gestão da segurança pública e justiça criminal.