Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Gabriela Lara da Cruz Lucas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-17012023-114019/
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Resumo: |
Esta pesquisa insere-se na interface da metapsicologia, da clínica e das discussões contemporâneas acerca da identidade de gênero. Partimos do pressuposto de que o conceito freudiano de bissexualidade psíquica, uma vez que resguarda um potencial polimorfo da sexualidade, revela-se essencial para pensar a complexidade da sexualidade humana. Nesse sentido, buscamos responder à seguinte pergunta: feminilidade e masculinidade, essas duas vertentes indissociáveis da bissexualidade que se apresentam como qualidades psíquicas ou posições mentais, seriam componentes de um potencial polimorfo da sexualidade? Para responder a essa questão, orientamo-nos, sobretudo, pela teorização de Freud sobre a noção de bissexualidade psíquica, construída em seus diálogos com Fliess. A percepção freudiana de que feminino e masculino são dimensões confusas (1905), de conteúdo incerto (1925) para além da anatomia e da convenção (1933) e, portanto, atreladas a construções sociais, revelam como, já em Freud, germinava a discussão de que há uma demanda cultural nos corpos construídos de maneira binária. Nesse sentido, o conceito de bissexualidade psíquica pode não só nos ajudar a ir ao cerne das categorias de feminilidade e masculinidade de modo a tratá-las para além da lógica binária castrado/não castrado, como também representar mais uma das revoluções freudianas, uma vez que, quando se trata de uma bissexualidade integrada, essa noção se revela como um conceito rico e fértil para pensar um potencial andrógino da sexualidade, fluido, menos engessado do que as composições binárias com as quais, culturalmente, passamos a normatizar a sexualidade. O potencial subjacente à teoria freudiana da bissexualidade psíquica ganha luz ao nos depararmos com a psicanalista contemporânea Dianne Elise (2019) e sua aposta de que a díade feminilidade/passividademasculinidade/atividade deve dar lugar à dupla penetrantepenetrado, reveladora do movimento de interpenetrabilidade entre corpos e mentes. A fim de evidenciar a riqueza da noção de bissexualidade, nos acompanham outros autores que fazem um resgate e, por que não, uma renovação? do pensamento psicanalítico da pulsão polimorfa, alguns fazendo referência direta ao conceito de bissexualidade psíquica, são eles: Joyce McDougall, André Green, Jacqueline Godfrind e Paulo de Carvalho Ribeiro. Ancorados também em Wilfred Bion e seus conceitos de continente/contido, acreditamos que o conceito de bissexualidade psíquica transcende a discussão a respeito da noção de gênero, podendo alcançar outras dimensões: o encontro entre as mentes e o funcionamento bissexual da mente teríamos, por assim dizer, uma mente andrógina em busca constante de expansão no encontro com a alteridade |