Estudo comparativo entre tratamento operatório e tratamento nao operatório de lesão hepática por ferimento por projétil de arma de fogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dalcin, Roberta Rigo
Orientador(a): Corso, Carlos Otavio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247646
Resumo: Objetivo: Comparar as características demográficas e desfechos assistenciais de pacientes vítimas de ferimento por projétil de arma de fogo (FPAF) em abdome, com lesão hepática comprovada, submetidos a tratamento cirúrgico ou a tratamento não operatório (TNO). Metodologia: Trata-se um estudo descritivo-analítico, do tipo coorte retrospectiva, no qual foi utilizado o Banco de Dados da Cirurgia Geral e do Trauma do HPS/POA, no período de 2008 a 2016. Foram incluídos no estudo 54 pacientes, 37 no grupo de TNO [gTNO] e 17 na cirurgia de emergência [gTO], que apresentavam estabilidade hemodinâmica (PAS ≥90mmHg) no momento da decisão terapêutica, sendo que os pacientes do gTNO foram submetidos a tomografia computadorizada de abdome. Para o gTO, a seleção da amostra foi realizada mediante estratificação dos pacientes segundo o Revised Trauma Score (RTS) e tipos de lesões encontradas nos registros cirúrgicos, permitindo a comparação entre os grupos. As variáveis demográficas e assistenciais analisadas foram idade, gênero, RTS, graduação da lesão hepática, presença de lesões intra e extra-abdominais associadas e suas complicações realização de transfusão de hemocomponentes. Os desfechos assistenciais analisados foram o tempo de permanência hospitalar e ocorrência de óbito intra-hospitalar. Resultados: Todos os pacientes eram do sexo masculino e apresentavam idade de 27,8 ± 9,9 (gTO) e 27,5 ± 9,8 (gTNO) (média ± D.P.). A média de RTS foi de 7,47 ± 0,34 no gTNO e 7,46 ± 0,39 no gTO. O tempo de internação não foi estatisticamente diferente, com mediana de 7 dias para ambos os grupos. No gTNO foi identificado uma graduação maior das lesões hepáticas em 86% dos casos comparado com gTO (59%). A administração de transfusões de hemocomponentes foram mais frequentes no gTO (p=0,012). Não foi verificado diferença estatisticamente significante na ocorrência de lesões associadas entre os grupos. Hemo e hemopneumotórax ocorreram em 73% do gTNO e em 52,9% no gTO (p=0,254). Complicações pleuro-pulmonares ocorreram em 41% do gTO e em 32% gTNO (p=0,750). Não houve óbitos durante a internação. Conclusão: No presente estudo, não houve diferença entre os grupos nas variáveis tempo de internação, lesões associadas, complicações e mortalidade. Desta forma, o tratamento não operatório de lesão hepática, em pacientes vítimas de ferimento por projétil de arma de fogo, com hemodinâmica estável, mostrou-se ser uma alternativa terapêutica segura em centros especializados e com equipes habilitadas.