Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Cano, Tatiana Monreal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-06082015-155127/
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Resumo: |
Diante da explicação freudiana para o fenômeno da compulsão à repetição através da tese da pulsão de morte concebida enquanto retorno ao estado inorgânico, formula-se a seguinte questão: seria possível, por um lado, recusar a explicação freudiana pautada em seu biologismo mítico e, por outro lado, aceitar a tese de que a pulsão de morte seja uma força de desligamento? Para responder a essa pergunta encontramos um vasto material na obra publicada por André Green ao longo de sua carreira de mais de quarenta anos sob a rubrica trabalho da pulsão de morte, mais tarde, substituída por trabalho do negativo. Este texto tem como objetivo sistematizar a leitura e os aportes de Green à teoria das pulsões freudiana, sobretudo em relação ao segundo dualismo pulsional. Ele se divide em duas partes. Na primeira, destaca-se a análise de Green sobre as relações entre a pulsão de morte e a teoria do narcisismo na obra freudiana; na segunda, sua crítica em relação ao solipsismo freudiano e a necessidade de sua superação através das teorizações contemporâneas em torno às noções de objeto e de espaço potencial. Estas são complementadas por uma teoria da temporalidade do psiquismo. O trabalho defende a tese de que Green aceita o conceito freudiano de pulsão de morte enquanto força de desligamento, mas recusa o biologismo mítico subjacente à ideia do retorno ao estado inorgânico. Além disso, se Green concorda com a explicação freudiana para a pulsão de morte enquanto força de desligamento expressada no narcisismo negativo , ele se recusa a conceber que o processo de desligamento possa se instaurar de maneira espontânea ou automática. Para ele, este processo deve ser pensado mediante a articulação do funcionamento pulsional e da reposta do objeto que, neste caso, falha no estabelecimento do princípio do prazer; em outras palavras, o fracasso na instalação da espera institui a compulsão à des-fazer e des-ligar. De tal modo, a compulsão à repetição mortífera, ao contrário de repetir o desejo inconsciente e, portanto, estar referida à intemporalidade do inconsciente e à lógica da esperança é, na verdade, um anti-tempo. Nesse sentido, presente, passado e futuro ficam reduzidos ao instante da descarga completa de toda tensão, impossibilitando qualquer projeto. Dado o anterior, resulta que as teorizações de Green em relação ao trabalho do negativo, ainda que avessas à tese freudiana do retorno ao estado inorgânico, aceitam, não obstante, a tese da pulsão de morte enquanto processo de desligamento desde que esta seja pensada através da articulação das dimensões intrapsíquica e intersubjetiva. Isso implica pensar na resposta do objeto e fazê-lo responsável pelo malogro na instalação da heterocronia no psiquismo. 8 Conclui-se que a obra de Green oferece uma alternativa original ao biologismo mítico para a explicação da pulsão de morte |