Magnetoestratigrafia do Geossítio K-Pg na Mina de Poty, Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Shyu, Ricardo Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-28072022-080044/
Resumo: O limite entre os períodos Cretáceo e Paleógeno (K-Pg) é caracterizado por mudanças drásticas em todos os ambientes terrestres, envolvendo impactos diretos na biodiversidade, resultando na extinção em massa de aproximadamente 70% da biosfera terrestre. Com o propósito de elaborar novos dados geocronológicos em relação ao limite K-Pg e as mudanças paleoambientais ocorridas no planeta há 66 Ma, foram realizados estudos paleomagnéticos de alta resolução na sucessão deposicional sedimentar da mina de Poty, em Pernambuco, litoral nordeste brasileiro, a qual corresponde ao estágio do Maastrichtiano-Daniano. Foi possível caracterizar o comportamento magnético, e mineralógico, dos grãos que compõem as rochas do afloramento, com os parâmetros de susceptibilidade magnética (MS), curvas de histerese magnética, curvas termomagnéticas, magnetização remanente natural (NRM), magnetização remanente anisterética (ARM), magnetização remanente isotermal (IRM) e curvas reversas de primeira ordem (FORCs). Por meio desses parâmetros magnéticos foi identificado o principal portador magnético da seção estratigráfica. O mineral de baixa coercividade é a magnetita, confirmada pela IRM triaxial e curvas termomagnéticas. Sua origem é provavelmente detrítica. A contribuição relativa da magnetita apresenta variações significativas ao longo da estratigrafia, essas variações estão associadas a mudanças paleoambientais, na sedimentação. Após as desmagnetizações progressivas em campo alternado (AF) e térmica (TH), os dados foram plotados de acordo com a litologia e assim foram definidas 7 magnetozonas sendo 3 de polaridade normal e 4 de polaridade reversa. Definidas as magnetozonas foi possível elaborar a magnetoestratigrafia de acordo com a escala de tempo de polaridade geomagnética (GPTS 2012). Os dados de bioestratigrafia foram produzidos pelo ITT Fóssil, na UNISINOS e também foram usados para complementar a integração e correlação a GPTS. A seção estratigráfica é representada por carbonatos com alternância de wackestone, packstone e mudstone depositados durante uma transgressão marinha em coincidêcia com aumento de temperatura e bioprodutividade no Maastrichtiano. Após o K-Pg é possível observar características de um ambiente anóxico pela MS e precipitação de sulfetos de ferro pelas curvas termomagnéticas. Através dos dados geoquímicos é possível observar valores que representam a um aumento de SiO2 e Al2O3 associados ao aporte de sedimentos terrígenos, indicando possivelmente um ambiente marinho raso. Deste modo, com a integração desses resultados, foi possível elaborar um modelo de idade refinado de alta resolução que ajuda a compreender os fatores da extinção em massa e caracterizando paleoambientalmente a que marcaram o final da era Mesozoica e o início da era Cenozoica.