Livros que tomam partido: a edição política em Portugal, 1968-80

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Flamarion Maués Pelúcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07112013-131459/
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a atuação das editoras de livros de caráter político em Portugal entre 1968 e 1980, a fim de verificar o papel político, cultural e ideológico que desempenharam no processo de transformações pelo qual passou o país nesse período. Para isso, busquei: a) identificar as editoras que realizaram essas publicações e examinar as vinculações políticas que tinham; b) realizar o recenseamento das obras de caráter político publicadas no período em estudo; c) identificar as pessoas e organizações responsáveis por essas editoras e publicações. A partir dos dados levantados procuro entender como atuavam estes editores, quais suas motivações políticas, ideológicas e empresariais, como organizavam as editoras do ponto de vista intelectual e comercial, e qual o peso das vinculações políticas na vida das editoras. Em termos cronológicos, o período em foco começa em 1968, com o afastamento por motivos de saúde de Salazar do poder e sua substituição por Marcelo Caetano, e vai até 1980, com a formação do primeiro governo de direita após o fim da ditadura em 25 de abril de 1974. Uma síntese do trabalho mostra que existiram pelo menos 137 editoras que publicaram livros de caráter político em Portugal entre 1968 e 1980, tendo editado cerca de 4.600 títulos políticos no período. Este trabalho apresenta estudos sintéticos sobre 106 destas editoras. Minha tese é que estas editoras conformaram o que podemos chamar de edição política no país. Ao realizar um trabalho editorial que vinculava de modo direto engajamento político e ação editorial, estas editoras e seus editores atuaram com clara intenção política de intervenção social, tornando-se sujeitos ativos no processo político português no período final da ditadura e nos primeiros anos de liberdade política.