Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Leticia de Paula Veloso Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-09122024-112749/
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Resumo: |
O presente trabalho investigou os vocalises em canção brasileira. Vocalises são um tipo de música vocal sem texto, que faz parte não só da tradição do estudo de canto como também da performance de cantores, seja na tradição erudita seja no canto popular (SADIE; LATHAM, 1994). Sendo uma investigação exploratória dos vocalises em canção popular brasileira, o objetivo desse trabalho foi descrever o fenômeno de uma perspectiva linguística a partir da comparação de sua estrutura com aspectos do português brasileiro. Os aspectos de análise foram a sua composição silábica, em comparação com a fonotaxe da língua, e o padrão formântico das vogais orais, também observado de modo comparativo com o padrão formântico de vogais da língua. A fonotaxe diz respeito às regras de combinação dos elementos dentro da sílaba (SOUZA e DEMOLIN, s.d.; CRISTÓFARO-SILVA, 2021); o padrão formântico são os valores de frequências de ressonância das vogais e as distâncias entre eles, sendo os três primeiros, F1, F2 e F3, suficientes para sua identificação (KENT e READ, 2015). Elaborou-se um experimento com três tarefas que permitissem coletar dados de fala e de vocalises improvisados e não improvisados dos mesmos sujeitos. A partir dos dados coletados foram realizados dois estudos. O primeiro, levantamento e descrição dos tipos silábicos contou com 318 sílabas de vocalises improvisados e 238 sílabas de vocalises não improvisados, distribuídas entre os tipos CV, V, CVsV, VsV, sVV. O tipo mais frequente foi o CV, com preferência por consoantes coronais com ponto de articulação alveolar e as sílabas que mais ocorreram foram [ɾa] e [ɾe]. Ocorreram sílabas incomuns, mas estas foram mínimas em relação ao total de sílabas: apenas 14 sílabas, todas do tipo CV, com consoantes ou vogais que não fazem parte do repertório fonético da língua. O segundo estudo foi a respeito do padrão formântico de vogais orais em vocalises. A análise descritiva e a comparação de médias de F1 e F2 das vogais faladas e cantadas mostraram uma preferência pelas vogais [a], [e], [i] e [u], um espalhamento das vogais nos gráficos F1 x F2, uma deformação do padrão formântico das vogais que aparecem nos vocalises e a tendência a se evitar as extremidades vocálicas em termos acústicos. Os resultados obtidos sugerem uma semelhança dos vocalises com a fala no que diz respeito à fonotaxe, pois apresentam sílabas que se organizam preferencialmente de acordo com a fonotaxe do português brasileiro. Já em relação ao padrão formântico, há mais diferenças do que semelhanças com a fala, o que sugere ajustes articulatórios diferentes nos vocalises |