Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santana, Fabiana Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-05072016-090025/
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Resumo: |
Essa tese de doutorado em cotutela analisa a formação em enfermagem a partir do lugar da promoção da saúde e da prevenção de doenças no Brasil e na França. Para tanto, desenvolvemos um dispositivo de pesquisa a partir de abordagem socioclínica institucional (MONCEAU, 2012) do referencial da análise institucional (LOURAU, 1995) que pudesse fazer dialogar as similaridades, as diferenças, as contradições, as tensões da formação em um Curso de Graduação em Enfermagem de um estabelecimento de ensino superior do Estado de São Paulo (Brasil) e em um Curso de Graduação em Enfermagem de um Institut de Formation en Soins Infirmier (IFSI) da região parisiense. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da EERP-USP protocolo nº 31343814.8.3001.5504 iniciamos o trabalho de campo. No Brasil, a pesquisa socioclínica foi promovida entre julho a dezembro de 2014 e na França entre janeiro a julho de 2015. As técnicas utilizadas na produção de dados foram: análise documental, entrevistas, observações participantes e restituições. Constatamos que apesar de origens sócio históricas diferentes existe uma forte influência do modelo nightingaleano na Enfermagem e na formação em enfermagem. No Brasil, ainda hoje temos uma clara divisão de classes demarcada pelas categorias do enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem. Na França, essa divisão encontra-se na prática e na formação do Infirmière e do Aide-Soignante. Também temos em comum uma identidade fortemente vinculada ao hospital e materializada em atos: \"ato privado do enfermeiro\" no Brasil e \"rôle propre et rôle prescrit de l\'infirmier\" na França. A Enfermagem e a formação do enfermeiro nos dois países são marcadas por profundas diferenças associadas ao Sistema de Saúde e ao processo de universitarização com o advento da pesquisa e da pós- graduação. Consideramos que esse contexto sócio histórico define as práticas profissionais em enfermagem e a formação ao mesmo tempo que é definido por elas. A universitarização foi desenvolvida em tempos e espaços diferentes nos dois países, demarcando uma certa distância entre as duas realidades. Em particular, os enfermeiros franceses e brasileiros não carregam a mesma identidade, papel e status. Evidenciamos que existe na França como no Brasil um lugar anunciado na formação do enfermeiro para a promoção e a prevenção, mas constatamos uma distância entre a formação prescrita e a formação realizada, que é distinta nas duas realidades. A partir de tensões entre o prescrito e o real são produzidos novos saberes e fazeres de educação e de promoção da saúde. Os professores brasileiros têm desenvolvido práticas com uma abordagem transdisciplinar na pesquisa e, sobretudo, na extensão. Os dispositivos extensionistas provocam movimentos de desterritorialização e desestratificação, criando linhas de fuga (DELEUZE; GUATTARI, 1995) na rigidez da estrutura curricular. Para alguns formadores dos IFSI da França, as práticas de promoção e de prevenção são desenvolvidas prioritariamente no espaço extra hospitalar (creches, escolas, dispensários), no entanto, priorizam os estágios no hospital. Colocar em análise essas contradições permite-nos concluir que embora sejam chamadas com o mesmo nome - enfermagem e enfermeiros - existem práticas profissionais e formações distintas nos dois países |