Análise da variabilidade da frequência cardíaca para identificar a perda auditiva no primeiro ano de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Barbara Cristiane Sordi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-09062022-085406/
Resumo: Pesquisas prévias demonstraram a relação existente entre o controle do ritmo cardíaco e a audição. Para tanto, ao considerar o panorama da triagem auditiva neonatal no Brasil, os benefícios da intervenção precoce na perda auditiva, a importância das inovações tecnológicas na área da saúde e, os princípios finalísticos do Sistema Único de Saúde, o objetivo deste estudo foi investigar a existência de associação entre a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) e a acuidade auditiva em crianças saudáveis no primeiro ano de vida, por meio dos índices RMSSD e SD1. Foram avaliadas 20 crianças, de ambos os sexos, com média de idade de 148,3±86,8 dias, divididas em dois grupos: 10 crianças com audição normal (G1) e 10 crianças com o diagnóstico audiológico de perda auditiva, independentemente do tipo e/ou do grau (G2). O estímulo sonoro clique foi apresentado por condução aérea, por meio do fone de inserção 3A, nas intensidades de 30, 40, 50 e 60 dBNA, com taxa de apresentação de 39,9/s e sequência de apresentação randomizada. A definição da orelha a ser estimulada foi intercalada. Para a captação da VFC utilizou-se o monitor cardíaco Polar RS800CX, com taxa amostral de 1000Hz. Foram selecionadas séries estáveis com 60 intervalos R-R e apenas àquelas com mais de 95% de batimentos sinusais foram incluídas. Após constatar a distribuição normal dos dados (Shapiro-Wilk, com p > 0,05), empregou-se a análise de variância ANOVA 2 critérios de medidas repetidas para avaliar os efeitos da estimulação acústica nos índices RMSSD e SD1, no silêncio e na presença do estímulo clique, em diferentes intensidades, nos grupos G1 e G2. O mesmo tipo de análise foi realizado para o fator-período, com análise fatorial apenas no G2. O teste ANOVA 4 critérios de medidas repetidas foi aplicado para análise dos índices RMSSD e SD1, com fator-sexo, fator-orelha testada e fator-estado comportamental da criança, considerando os dois grupos. O nível de significância adotado foi 0,05. Os resultados evidenciaram que não houve diferenças significantes para os índices RMSSD (p = 0,739) e SD1 (p = 0,736), no silêncio e na presença do estímulo clique, nos grupos G1 e G2 e, entre ambos (RMSSD, p = 0,556 e SD1, p = 0,559). Não houve interação entre os índices da VCF e todos os fatores de confusão analisados: período (RMSSD e SD1, p = 0,964), sexo (RMSSD, p = 0,962 e SD1, p = 0,965), orelha (RMSSD e SD1, p = 0,173) e estado comportamental (RMSSD, p = 0,320 e SD1, p = 0,318). Conclui-se que a associação entre a VFC e a acuidade auditiva pode não ser aplicável para identificar crianças com perda auditiva no primeiro ano de vida, por meio dos índices RMSSD e SD1. O estímulo clique apresentado nas intensidades de 30, 40, 50 e 60 dBNA não apresentou quaisquer influências sobre o controle do ritmo cardíaco. Adicionalmente, não houve diferenças estatisticamente significantes nos padrões dos índices RMSSD e SD1 obtidos em crianças saudáveis com audição normal e com perda auditiva, independentemente do tipo e/ou do grau.