Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Zacarias, Cyro Hauaji |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-16042013-111938/
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Resumo: |
As mandiocas utilizadas na produção da farinha contêm elevadas concentrações de glicosídeos cianogênicos, compostos que, após degradação, liberam cianeto na forma de ácido cianídrico (HCN) conferindo toxicidade à raiz. O processamento adequado da mandioca, para produção da farinha, resulta na degradação dos glicosídeos cianogênicos e na obtenção de um alimento com baixo teor de cianeto, o que gera a hipótese de liberação de HCN durante o processo. Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a exposição de trabalhadores de casas-de-farinha ao HCN proveniente da mandioca, assim como identificar possíveis alterações clínicas e laboratoriais associadas a tal exposição. Foram incluídas no estudo 4 casa-de-farinha localizadas no Agreste Alagoano, microrregião de Arapiraca. A determinação de HCN em amostras de ar foi realizada de acordo com o método analítico 6010 recomendado pelo NIOSH. Cada casa foi monitorada em três pontos: dois em zona respiratória e um em ponto estático. Um total de 36 trabalhadores voluntários do sexo masculino distribuídos nas 4 casas-de-farinha foram selecionados para o estudo. Cada participante foi submetido à coleta de urina, sendo uma amostra pré-jornada e outra amostra pós-jornada e a uma coleta de sangue pré-jornada. O teor de tiocianato (SCN-) urinário foi quantificado espectrofotometricamente, enquanto que as outras avaliações bioquímicas foram realizadas em laboratório clínico. Os resultados indicam que os trabalhadores de casas-de-farinha estão expostos, cronicamente, a níveis atmosféricos de HCN dentro de um intervalo de 0,464±0,02 a 3,328±3,85 mg/m3 no ambiente de trabalho. A comparação entre os níveis atmosféricos determinados e os Limites de Exposição Ocupacional estabelecidos pelo NIOSH e ACGIH indica que trabalhadores de casas-de-farinha, podem estar expostos a níveis de HCN capazes de causar efeitos adversos à saúde. Os níveis médios de tiocianato urinário em mg/g de creatinina (10,62 - pré- jornada e 8,76 pós - jornada), foram significativamente superiores ao valor de referência para não fumantes e à média obtida no laboratório contratado para análise de SCN-, referente ao período de 2008 a 2010. Os resultados dos exames laboratoriais indicaram aumento nos níveis séricos de fosfatase alcalina nos trabalhadores de casas-de-farinha expostos ao HCN, com uma prevalência de 93,3%. Os trabalhadores foram submetidos ao exame clínico e não foram detectadas alterações características de exposição ao HCN. |