Intoxicação experimental por resíduo de mandioca (manihot esculenta crantz) (manipueira) em ovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Valdir Carneiro
Orientador(a): Pedroso, Pedro Miguel Ocampos
Banca de defesa: Pinheiro, Alexandre Moraes, Casagrande, Fernando Pesson, Pedroso, Pedro Miguel Ocampos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Ciência Animal nos Trópicos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21282
Resumo: O ácido cianídrico é considerado uma das substâncias mais tóxicas que se conhece. Dentre as plantas tóxicas cianogênicas destaca-se a mandioca (Manihot esculenta Crantz). Na industrialização da mandioca para a produção de farinha e extração de fécula são gerados coprodutos sólidos e líquidos. O resíduo líquido que escorre das raízes da mandioca previamente ralada é comumente chamado de “manipueira”. O objetivo do presente trabalho foi determinar a dose tóxica e caracterizar os principais aspectos clínicos da intoxicação por manipueira em ovinos. Seis ovinos receberam diferentes doses de manipueira. No primeiro dia a manipueira continha 0,007 mg/mL de ácido cianídrico (HCN) e os animais receberam respectivamente doses de 0,99 mg/kg, 0,75 mg/kg, 0,70 mg/kg, 0,63 mg/kg e 0,5 mg/kg e o controle 0,0 mg/kg de HCN. Após 24 horas de descanso da mesma manipueira usada no primeiro dia colocada em bacia plástica aberta à sombra, as mensurações foram de 0,003 mg/mL de HCN e as concentrações administradas para cada animal foram 0,46 mg/kg, 0,34 mg/kg, 0,31 mg/kg, 0,28 mg/kg, 0,23 mg/kg e o controle 0,0 mg/kg de HCN. Foi realizada avaliação quantitativa de cianeto em teste do papel picrosódico nos períodos 0, 24 e 48 horas após obtenção da amostra e descanso da mesma em recipiente de plástico na sombra. Os ovinos que receberam doses de 0,99 mg/kg, 0,75 mg/Kg e 0,70 mg/kg de HCN respectivamente, desenvolveram sinais clínicos de taquicardia, taquipneia, midríase, sialorreia, narinas dilatadas, incoordenação motora, tremores musculares, atonia ruminal e timpanismo. Os ovinos que receberam, 0,63 mg/kg e 0,50 mg/kg, apresentaram taquicardia, taquipneia, discreta salivação, tremores musculares e dilatação das narinas. A análise quantitativa dos teores de cianeto total da manipueira atingiu metade da concentração de HCN após 24 horas de descanso, de 0,007 mg/mL para 0,003 mg/mL e após 48 horas foi de 0,001 mg/mL . No segundo dia de experimento somente dois ovinos com doses de 0,43 mg/kg e 0,34 mg/kg apresentaram sinais clínicos de taquicardia e taquipneia e tremores musculares. No teste do papel picrosódico, observou-se reação positiva acentuada para presença de HCN 5 minutos após exposição na hora 0, reação positiva moderada depois de 11 minutos na hora 24 e sem reação às 48 horas. Manipueira subproduto de M. esculenta causa intoxicação em ovino com dose a partir de 0,34 mg/kg de HCN por peso vivo, 10 minutos após a administração.