Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Banzatto, Sofia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-06012017-162347/
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Resumo: |
Ainda que limitadas enquanto expressão dos eventos ligados à saúde e apesar das deficiências em relação à cobertura e à qualidade dos dados, as estatísticas de mortalidade constituem um dos mais importantes subsídios para o planejamento e avaliação dos serviços de saúde. Tradicionalmente, a mortalidade de uma determinada população tem sido aferida por meio das taxas brutas e específicas de mortalidade. Porém, esses índices consideram apenas a magnitude das causas de óbito, sem qualificar o peso resultante dessas mortes para a sociedade. Neste sentido, tem-se enfatizado cada vez mais a importância da mortalidade prematura enquanto expressão social do valor da morte, pois esta, quando ocorre numa idade de altas criatividade e produtividade não só afeta o indivíduo e o grupo social que convive diretamente com ele, mas a sociedade como um todo, que é privada do seu potencial econômico e intelectual (REICHENHEIM; WERNECK, 1994). \"O indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), ao combinar a magnitude das mortes com a idade em que ocorreram os óbitos, qualifica essas mortes\" (KERR-PONTES; ROUQUAYROL, 1999 apud SAUER; WAGNER, 2003, p. 1520). Este estudo pretendeu avaliar a evolução dos APVPs nos municípios e regionais de saúde do Estado de São Paulo, no período de 2003 a 2013, para a população total. Pretendeu, também, analisar a evolução retrospectiva das 15 causas de óbito com as maiores taxas de APVP em 2013, para a população total do Estado de São Paulo. Para tanto, foi elaborada uma base de dados a partir dos óbitos de residentes do Estado de São Paulo ocorridos no período de 2003 a 2013 e processados pelo SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), sendo as causas de morte classificadas de acordo com a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID 10). O cálculo dos APVPs foi realizado com base numa proposta feita por Romeder e McWhinnie (1988) e, após elaborados os dados, foram confeccionados cartogramas utilizando o programa Tabwin para visualização da evolução dos APVPs nas regionais de saúde do Estado. Foram construídos gráficos de linha para a observação da evolução das 15 causas de óbito com as maiores taxas de APVP de 2003 a 2013. Posteriormente, foram analisadas as Taxa de Mortalidade Geral (TMG), Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) e Taxa de Mortalidade Materna (TMM) para os anos de 7 2003 a 2013 para o Estado de São Paulo. E, finalmente, foram avaliados: as dimensões escolaridade, longevidade e riqueza do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) em cada um de seus grupos; frequência absoluta e relativa do IPRS em cada um de seus grupos; relação do IPRS segundo Redes Regionais de Atenção à Saúde (RRAS); relação IPRS segundo Grupos Populacionais; TAPVP por grupos de IPRS; TAPVP por Grupos Populacionais; TAPVP por RRAS; IPRS na sua dimensão Riqueza por TAPVP; IPRS na sua dimensão Longevidade por TAPVP; IPRS na sua dimensão Escolaridade por TAPVP; Correlação entre as dimensões do IPRS e TAPVP. Todas estas avaliações são válidas para o Estado de São Paulo para o ano de 2012 e foram obtidas utilizando-se o aplicativo Stata 9.0. A Taxa de Mortalidade Geral (TMG) para o Estado de São Paulo para o período de 2003 a 2013 em comparação com a do Brasil mostrou-se desfavorável, o mesmo acontecendo com a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), cujo predomínio, no Estado, foi do componente Pós-Neonatal. Já a Taxa de Mortalidade Materna (TMM) demonstrou boa assistência ao pré-natal, parto e puerpério no Estado no período citado. Observando-se a evolução das TAPVP nos cartogramas do Estado de São Paulo no período de 2003 a 2013 as RRAS onde as TAPVP foram maiores foram: 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13 e 17. Das quinze maiores causas de óbito segundo TAPVP para o Estado no período, nove são passíveis de prevenção na atenção primária. Citou-se ainda o subregistro e a tripla carga de doenças. A maioria dos 645 municípios do Estado de São Paulo, no ano de 2012 apresentaram um IPRS de grupo 4. Houve 95% de probabilidade de que a maior TAPVP ocorreu para o IPRS 4 com um IC de 17.325,04 a 18.424,20. O Teste de Anova, com 4 gl mostrou diferença significativa (p<0,05) na TAPVP por grupos de IPRS. Com 5 graus de liberdade, o Teste de Kruskal-Wallis foi significativo (p<0,05) indicando que houve diferença entre os Grupos Populacionais quanto à TAPVP. Com 16 graus de liberdade, o Teste de Kruskal-Wallis foi significativo (p<0,05) indicando que existiu diferença entre as RRAS quanto às TAPVP. À medida que aumentou a riqueza do IPRS, diminuiu, ainda que discretamente, a TAPVP. Longevidade e TAPVP mantiveram-se estáveis. Conforme aumentou a escolaridade, aumentou a TAPVP. Por existir uma correlação positiva entre riqueza e longevidade e escolaridade, à medida que aumentou a riqueza, aumentaram a longevidade e escolaridade. Com relação a TAPVP e riqueza e longevidade, o coeficiente de correlação foi negativo, significando que à medida que aumentaram a riqueza e 8 longevidade, diminuiu a TAPVP. Porém, com relação à escolaridade, o coeficiente de correlação entre o mesmo e a TAPVP foi positivo, indicando que à medida que aumentou a escolaridade, aumentou a TAPVP. Por fim, essa dissertação poderia ser apresentada às autoridades de saúde do Estado como um projeto para redução da mortalidade prematura, com foco em melhoria da educação básica, instalação de mais serviços de saúde de qualidade e adequação dos serviços de segurança pública. |