A influência das dimensões culturais do país: individualismo, masculinidade e aversão à incerteza - no conservadorismo dos números contábeis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Jéssica de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-07022019-113008/
Resumo: Nos últimos anos, as práticas e valores multiculturais estão cada vez mais visíveis dentro das corporações. Para entender os impactos desses valores culturais dentro da entidade, Gray (1988) estudou as classificações dos valores culturais de Hofstede (1980): individualismo, masculinidade, aversão à incerteza, distância do poder, orientação de longo prazo e indulgência, e os relacionou com quatro características contábeis: profissionalismo, uniformidade, conservadorismo e sigilo. O modelo teórico de Gray (1988) explica o impacto das dimensões culturais no desenvolvimento dos sistemas contábeis, no entanto testes empíricos são necessários para verificar se existe, de fato, uma relação entre os valores culturais e as características contábeis. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo testar empiricamente se as dimensões culturais de países considerados culturalmente conservadores influenciam as empresas no conservadorismo dos números contábeis. A metodologia consistiu na análise de 4.700 empresas, distribuídas entre os mercados de ações do Brasil (192), Alemanha (272), Japão (2678) e Estados Unidos da América (1558), para o período de 2011 a 2016 retiradas da base de dados da Thomson Reuters. O modelo econométrico utilizado foi a autoregressão de Kanagaretnam, Lim e Lobo (2013) adaptado e foram adicionadas novas variáveis de controle a fim de melhorar a qualidade dos resultados. A amostra é altamente balanceada, e para corrigir características do modelo, foi rodada a regressão robusta em painel. Este modelo relaciona as medidas de conservadorismo com cada uma das dimensões de cultura de Hofstede (2001) que Gray (1988) cita como influentes no conservadorismo contábil, aversão à incerteza, masculinidade e individualismo, para verificar se existe uma relação e se os países culturalmente conservadores são também contabilmente conservadores. Os resultados se mostraram significativos e vão de acordo com a hipótese formulada por Gray (1988). Dessa forma, os resultados contribuem com o debate sobre a consideração da prudência como característica qualitativa da informação contábil, também contribui com o debate sobre o processo de harmonização das normas internacionais de contabilidade. Ademais, as alterações no modelo utilizado contribuem metodologicamente para as pesquisas de conservadorismo e cultura na contabilidade. Adicionalmente, os resultados devem auxiliar os investidores a considerarem, em seu modelo decisório, se vale a pena investir em empresas sediadas em países com certas características culturais consideradas conservadoras, de acordo com o seu perfil de investimento, pois, isto pode influenciar os resultados contábeis dessas empresas