Ideologia e cultura educacional: estudo crítico sobre o conservadorismo em Educação no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dantas, Diego Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16006
Resumo: O tema da tese é a relação ideologia e educação, tendo como objetivo geral investigar os componentes ideológicos que deram e ainda dão forma ao conservadorismo estrutural brasileiro, e que em momentos determinados pela conjuntura histórica, como o atual, flertam acintosamente com o fascismo. O estudo toma como pressuposto o fato de o desenvolvimento da educação pública escolar de massa no Brasil ter carecido, desde a primeira hora, da iniciativa, do interesse e do apoio efetivo dos governantes do país. Visando apreender elementos para uma crítica ontológica do pensamento conservador no campo educacional brasileiro, considerando os períodos de maior incidência, bem como a dinâmica das suas metamorfoses conceituais ao longo do tempo. A tese faz uma revisão teórica sobre o ideário conservador e apontamentos sobre o fascismo referenciado em Marx e Engels, Lukács, Escorsin Netto e Chasin, dentre outros. Coloca em perspectiva histórica a emergência e o entranhamento do conservadorismo examinando no terreno das relações sociais o alcance, a profundidade e as suas possibilidades na cultura do país. Constata que o conservadorismo praticamente nasce e se desenvolve com o próprio Brasil, e que embora não tenha faltado o desejo, o flerte e, talvez, até a oportunidade concreta de surgimento de um aparato fascista de fato, isso não ocorreu, ao menos não até agora. Ao longo do quarto e último capítulo, a tese desenvolve a ideia de que apesar de a liderança tabaréu do Movimento Escola Sem Partido (MESP) despontar como o principal difusor do irracionalismo anti-intelectualista no país, no plano político- ideológico hegemônico sua presença equivale às ações pautadas pelo moralismo cínico dos teólogos-empresários, jornalistas orgânicos e astrólogos-gurus a apresentar como verdades absolutas disparates anticientíficos, como o criacionismo e o terraplanismo, nas redes sociais e nas mídias tradicionais. Considera que a influência e penetração ideológica na sociedade de ambos são menores do que a dos conglomerados educacionais financeiros-rentistas como Lemann, Ayrton Senna, Abril, Pitágoras/Kroton/Cogma, dentre outros. Conclui que dada tais características do conservadorismo estrutural no Brasil, a disputa ideológica no campo educacional deve ter como prioridade política, estratégica e tática, a atuação da sociedade, especialmente dos docentes, no plano macro, sem dispensar, evidentemente, as lutas identitárias no cotidiano