Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Melo, Caio Vinícius Infante de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-29012021-103256/
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Resumo: |
Dados epidemiológicos evidenciam que o uso de cocaína/crack se tornou um problema de saúde pública. O uso de cocaína tem sido associado a diversas alterações na estrutura cerebral, mas ainda existem divergências significativas entre estudos neste campo; além disso, nenhuma pesquisa até hoje analisou volume e concentração de substância cinzenta de maneira conjunta, suas correlações com as variáveis de uso da cocaína e principalmente até que ponto as anormalidades cerebrais poderiam ser úteis do ponto de vista clínico, ou, mais precisamente, se alterações cerebrais mais pronunciadas poderiam indicar maior vulnerabilidade do paciente a recaídas. O objetivo deste estudo foi investigar aspectos estruturais cerebrais detalhados incluindo volume e concentração de substância cinzenta em sujeitos com transtorno por uso de cocaína (TUC), comparados a sujeitos saudáveis, através de Voxel-Based Morphometry (VBM), além de analisar as correlações dos achados com as principais variáveis de uso de cocaína e predição de recaída após a alta hospitalar. Para isso, imagens de 42 pacientes internados em uma enfermaria específica para transtornos do controle dos impulsos e de 36 controles foram adquiridas em uma Phillips Achieva 3T e analisadas. Os pacientes foram submetidos à avaliação psiquiátrica e a testes toxicológicos. Os sujeitos com TUC apresentaram menor volume de substância cinzenta na porção triangular do giro frontal inferior e menor concentração na porção opercular em comparação aos controles. Menor volume de substância cinzenta na porção triangular do giro frontal inferior do hemisfério esquerdo foi associado a mais anos de uso de cocaína (uso na vida) e a precocidade do início de uso de cocaína. Menor volume no giro parahipocampal direito e menor concentração na porção triangular do giro frontal inferior foi associado a um uso recente mais frequente (no mês anterior). Os pacientes que recaíram na cocaína três meses depois da internação apresentaram menor concentração de substância cinzenta no hipocampo esquerdo e no cerebelo, bilateralmente, em comparação com os pacientes que se mantiveram abstinentes no mesmo período. Nossos achados contribuem para um entendimento mais aprofundado da associação entre uso de cocaína, danos na estrutura cerebral e vulnerabilidade à recaídas. São necessários estudos futuros que adotem desenho longitudinal, integrem diferentes modalidades de neuroimagem e incluam análise de biomarcadores para melhor entendimento dos efeitos do uso de cocaína e das estratégias de tratamento mais indicadas para recuperação dos prejuízos cerebrais |