Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pecorelli Filho, Biagio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-17042019-153224/
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Resumo: |
Entre os anos de 1960 e 1978, diversos artistas europeus e norte-americanos recorreram em suas obras a práticas que remontam a antigos rituais de sacrifício religioso. Os documentos fotográficos e videográficos que restaram dessas ações chegam ao século XXI exercendo ainda, no encontro com as audiências do presente, uma notável performatividade que envolve a produção de rumores, sensacionalismos e mal-entendidos, mas também a produção de novas e novas performances do sacrifício. Esta tese propõe como ponto de partida metodológico uma arqueologia (Michel Foucault) da massa documental que envolve um nascimento da \"arte corporal\" na França e nos Estados Unidos entre as décadas de 1960 e 1970, afim de deslocar uma ontologia da performance (Peggy Phelan) que, ainda hoje, especialmente no âmbito dessas poéticas, evoca a noção de \"real\" para o centro das discussões que envolvem a relação entre documento e performance. Nesse sentido, a tese apresenta o conceito de monumento sacrificial: a imagem de um corpo sacrificado ou a imagem de um corpo sacrificante que exerce sobre o corpo histórico da performance art uma repetição, ao evocar esse \"real\" enquanto risco, asco, dor, morte, destruição, ferida que fere - sacrifício. Dividida em duas partes, a tese propõe como hipótese uma passagem, no âmbito de uma história primordial destas poéticas, do corpo sacrificante - corpo sob o signo do excesso - para o corpo sacrificado - corpo sob o signo do martírio -, ocorrida na virada dos anos de 1960 para 1970. O conceito de sacrifício, por sua vez, é aqui desenvolvido, de um lado, a partir dos escritos de Georges Bataille e da estranha posição que o escritor ocupa no curso de uma história das teorias do sacrifício religioso modernas; e de outro, a partir dos monumentos sacrificiais produzidos, na década de 1960, por quatro artistas austríacos associados ao chamado Acionismo de Viena. Acredito que a imaginação sacrificial de Bataille e os monumentos sacrificiais de Rudolf Schwarzkogler, Günter Brus, Hermann Nitsch e Otto Muehl propiciam um olhar crítico sobre as poéticas e as políticas do sacrifício ontem e hoje. |