Modo de vida e território na reserva extrativista do Rio Cajari (Amapá)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rangel, Kátia Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-25042018-133644/
Resumo: O modo de vida agroextrativista da sociedade tradicional da Reserva Extrativista do Cajari se constituiu com base na produção do território tradicional, cuja ocupação remete aos camponeses migrantes que foram escravizados na porção sul do Amapá a partir das primeiras décadas do século XIX, com base em relações de trabalho baseadas no aviamento. A partir da implantação do Complexo Agroindustrial Jari naquela região, em 1967, a população local fora ameaçada de expulsão de seu território, sendo que o objetivo geral desta pesquisa é analisar o conflito de terras que resultou na criação da referida reserva extrativista, abarcando os anos de 1960 e 2015 a fim de compreender-se os desdobramentos territoriais da criação da reserva extrativista, como a criação da Cooperativa Mista dos Produtores Agroextrativistas do Cajari (COOPERALCA) e a produção local de biscoitos de castanha. O método utilizado fundou-se na abordagem materialista e dialética da história, na teoria da criação e recriação do campesinato e no trabalho de campo vinculado ao relato etnográfico como proposta metodológica para o estudo a análise geográfica da reprodução territorial das sociedades tradicionais. Como técnicas de pesquisa, utilizamos a história oral, o levantamento bibliográfico, a pesquisa documental e a composição de séries fotográficas. Com a organização política daquela sociedade em torno do Conselho Nacional dos Seringueiros, o território tradicional fora juridicamente definido como reserva extrativista, garantindo-se a manutenção do território e do modo de vida agroextrativista. Ainda que diante da manutenção da venda de parte da produção extrativista local para atravessadores, como elemento não superado do aviamento, a criação da Reserva Extrativista do Cajari expressa uma das estratégias de recriação do campesinato, especificamente a partir da adoção de um modelo de unidades de conservação de uso sustentável.