Metais-traço em sedimentos do reservatório Paiva Castro (Mairiporã- São Paulo): histórico por meio da geocronologia do 210Pb, biodisponibilidade e uma proposta para a gestão dos recursos hídricos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Sheila Cardoso da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-22072013-105125/
Resumo: A contaminação dos ecossistemas aquáticos por metais-traço demanda preocupação já que estes contaminantes podem exercer efeitos tóxicos sobre a biota e aumentar os custos para tratamento da água. Em geral, tais problemas de degradação são decorrentes de uma gestão de recursos hídricos deficiente. Tendo como área de estudo a represa Paiva Casto, reservatório integrante do Sistema Cantareira, maior sistema de abastecimento público da região metropolitana de São Paulo, este trabalho teve o intuito de: investigar o histórico da contaminação por metais-traço (Cd, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Mn, Al) por meio da geocronologia por 210Pb e indicar um valor de referência para estes; identificar a heterogeneidade espacial destes contaminantes; analisar a biodisponibilidade e com base na possibilidade de adequar etapas do sistema de gestão de recursos hídricos europeu, a Diretiva Quadro da Água (DQA) discutir a qualidade química dos sedimentos da represa em estudo. Foram efetuadas duas coletas em campo, destinadas à avaliação do histórico da contaminação ambiental por metais-traço e à análise da biodisponibilidade por meio da técnica de sulfetos volatilizáveis por acidificação (SVA) e metais simultaneamente extraídos (MES). O histórico da contaminação por metais-traço abrangeu um período de 100 anos e indicou que os maiores impactos na região, em relação a estes contaminantes, ocorreu em período anterior ao início de operação da represa Paiva Castro, com exceção do Cu. Para o Cu, em sedimentos superficiais, os teores excederam até três vezes e meia o VR. Este resultado é provável consequência da aplicação de sulfato de cobre para o controle de florações de algas. Os dados para os VR divergiram daqueles estabelecidos para a crosta terrestre, porém foram semelhantes aos encontrados para a bacia do Alto Tietê, com exceção dos metais Cr e Pb. A análise de (SVA/MES) indicou que os metais não estavam biodisponíveis. Dentre as áreas amostradas, a região da barragem apresentou ao longo do tempo as maiores taxas de acumulação para metais-traço em contraposição à área de captação das águas para abastecimento público. Em relação a DQA, constatou-se que existe capacidade científica para avançar na incorporação de novos instrumentos na gestão, principalmente no Estado de São Paulo, entretanto, é preciso que haja sistemas de saneamento e monitoramento adequados e especialmente decisão política e rigor na aplicação destes novos instrumentos, caso contrário a incorporação da DQA é inviável. Aplicando algumas das normas da DQA na avaliação da qualidade química dos sedimentos da represa Paiva Castro constatou-se que a qualidade geral para este manancial é boa. Apesar disto é necessário que as políticas públicas sejam de fato aplicadas contra a degradação deste importante manancial, caso contrário a boa qualidade deste reservatório estará em risco