Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Robles, Simone Pineiro Bressan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17072017-162756/
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Resumo: |
A presente dissertação tem como objetivo investigar o trabalho do psicólogo no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). A Assistência Social como campo organizado de trabalho em uma política pública apoiada em um sistema único, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) se configurou desde sua instituição em 2004 como um dos principais postos de trabalho dos psicólogos inseridos em políticas públicas. O psicólogo compõe necessariamente as equipes ao lado dos assistentes sociais, em uma oferta de serviço multidisciplinar que visa o fortalecimento dos cidadãos como sujeito de direitos, através de um trabalho que favoreça o desenvolvimento da autonomia, o empoderamento e o protagonismo dos usuários da política pública, bem como o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. O público-alvo do SUAS são as famílias, grupos, comunidades e indivíduos que estão com seus direitos violados ou em risco de serem violados, pessoas que vivenciam situação de vulnerabilidade social. Situado na Proteção Social Básica, o CRAS é considerado a porta de entrada do SUAS, atua na prevenção das situações de vulnerabilidade social e riscos sociais e sua principal oferta é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), tendo como prioridade de oferta de atendimento o trabalho com grupos. Partimos do pressuposto de que a especificidade do trabalho do psicólogo onde quer que esteja inserido é o trabalho com a subjetividade e, no nosso caso, com a intersubjetividade. Para a presente pesquisa, utilizamos como referencial teórico a psicanálise que compreende o sujeito do inconsciente como sujeito do grupo, cujos autores compreendem que a constituição do sujeito se dá a partir do vínculo e da intersubjetividade, tanto do ponto de vista da transmissão psíquica inter e transgeracional, quanto das diversas relações que estabelecemos ao longo da vida, onde somos constituídos mutuamente através das alianças inconscientes (Kaës) e do contrato narcísico (Aulagnier). Como metodologia, realizamos um grupo de acompanhamento familiar do PAIF, com duração de 14 encontros de uma hora e meia e a participação de 15 famílias, apoiados na técnica do grupo operativo (Pichon-Rivière). O grupo operativo é um dispositivo de trabalho psicossocial que considera o sujeito do vínculo integrado à sua realidade social e à produção grupal e tem potencial transformador através da centralidade na tarefa do grupo. Durante o processo grupal, observamos a relação entre as situações de violência vivenciadas pelas famílias em suas mais variadas formas, suas repetições, seus efeitos-afetos (medo, humilhação, vergonha, raiva, resignação) e a evasão escolar dos filhos. À medida que puderam criar um espaço psíquico compartilhado continente para elaboração psíquica dos emergentes grupais e reconhecimento de si como sujeito dos vínculos, puderam atribuir sentidos à condição de sujeito de direitos e superar alguns aspectos da situação de vulnerabilidade social que as trouxe ao CRAS. Assim, compreendemos que o trabalho do psicólogo no CRAS está relacionado com garantir o espaço de escuta, continência e elaboração psíquicas frente às questões sociais, onde a intersubjetividade e as produções subjetivas estejam legitimadas como parte fundamental do processo de fortalecimento do sujeito de direitos |