A psicologia no mundo da vida : representações sociais sobre os(as) usuários(as) do CRAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pereira, Vinicius Tonollier
Orientador(a): Guareschi, Pedrinho Arcides
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/72768
Resumo: Esta pesquisa investiga quais são e como se revelam as representações sociais de profissionais da psicologia que atuam nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) sobre os(as) usuários(as) desse serviço que compõe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Com o estudo, buscou-se tanto compreender profundamente as concepções construídas e compartilhadas sobre os(as) usuários(as), quanto problematizar modos diversos de se fazer psicologia a partir dessas representações. Teoricamente, discute-se sobre a assistência social e seu papel paradoxal; a inserção da psicologia nesse contexto; e as representações sociais, especialmente enquanto fenômeno empírico. Como método, utilizaram-se entrevistas abertas, com um tópico-guia de referência. No total, foram entrevistadas 21 psicólogas, em 20 diferentes CRAS de 14 municípios da região metropolitana e central do Rio Grande do Sul. As participantes foram reunidas por conveniência. O material transcrito foi submetido à análise de discurso. Os resultados foram divididos em duas partes. A primeira aponta para elementos mais contextuais, e não apenas unicamente a sentidos construídos diretamente sobre os(as) usuários(as). Três capítulos a compõem. O primeiro se refere à representação social da vulnerabilidade, que caracteriza fortemente os(as) usuários(as) na visão das entrevistadas, especialmente quanto à situação de pobreza e às outras violações de direitos associadas a isso. O segundo capítulo diz respeito à representação social do público e dos principais motivos de acesso ao CRAS, evidenciando que são principalmente mulheres, em busca de benefícios, os casos mais comuns que chegam aos serviços. O terceiro é organizado em torno de sentidos que remetem a dificuldades dos serviços, dos(as) profissionais e das próprias limitações da política de assistência social. Já a segunda parte dos resultados, organizada em dois capítulos, enfatiza significados nucleares para o entendimento de quem são os(as) usuários(as) na perspectiva das participantes do estudo, o que acaba sendo determinante na práxis psicológica, ao conduzir para diferentes possibilidades de atuação. Assim, no quarto capítulo se desvela a existência de uma representação social individualista, composta de elementos ideológicos capazes de produzir a individualização e a culpabilização dos(as) usuários(as) por sua condição social. Nessa lógica, acabam vistos como desajustados(as) e inadequados(as) e, logo, responsabilizados(as) por problemas que estão, na sua origem, engendrados em dinâmicas sócio-históricas complexas. Porém, por outro lado, no último capítulo, evidencia-se a existência de uma representação social oposta à anterior, que adota uma perspectiva relacional e de potência de vida, incluindo a perspectiva do outro e a possibilidade de que profissionais da psicologia e usuários(as) possam, juntos, colocar mudanças em movimento.