Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Rabello, Adriana Esteves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-25052023-155201/
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: A empatia está presente nas relações e é considerada um atributo importante no contexto do cuidado em saúde e profissionalismo, todavia, há ainda diversos fatores que podem influenciar no desenvolvimento da empatia do estudante. O docente é parte fundamental no processo de formação profissional e pode influenciar o aluno positiva e negativamente, como role model, através do currículo oculto, transmitindo a cultura médica o habitus médico, valores, ideias e ações comuns à profissão. OBJETIVO: Este estudo pretende analisar a empatia dos docentes e discentes do curso de graduação em Medicina de uma universidade particular do estado do Espírito Santo. MÉTODOS: Este estudo é de caráter observacional, transversal e misto (quantitativo e qualitativo), realizado com alunos do primeiro, terceiro e quinto anos, e docentes do curso de graduação em Medicina. Na primeira fase foram coletados dados através de questionários sociodemográficos e de auto-avaliação da empatia (Jefferson Scale of Empathy S e HP) e Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal de Davis (EMRI-DAVIS). Na segunda fase foi utilizado um questionário semi-estruturado, com perguntas fechadas e abertas, sobre a definição de empatia, o quanto se considerava empático e como o docente poderia influenciar positivamente e negativamente na empatia do aluno. Foi realizada análise de conteúdo temática para a parte qualitativa. RESULTADOS: Oitenta e sete (87) docentes (média = 47,11 [30-70] anos; 62,06% mulheres) e 333 discentes (média = 22,14 [18-40] anos; 68,77% mulheres) participaram do estudo. A maioria dos docentes e discentes se considerava católica (64,36%; 48,95%), auto declarava de cor branca (82,76%; 72,37%) e possuía renda acima de R$ 9.374,01 (91,95%; 57,35%). Os docentes e discentes apresentaram escores elevados de empatia na escala de Jefferson (124,61 10,33 vs 121,17 10,76), e diferença significativa nesta escala, p<0.01, e nas subescalas Tomada de Perspectiva (28,05 ±4,33 vs 26,21±4,24; p<0.001) e Angústia Pessoal (17,62±4,48 vs 19,37±4,78; p<0.01). Os discentes que pretendem seguir especialidades orientadas para o paciente e aqueles que estão no terceiro ano possuem escores mais elevados de Angústia Pessoal quando comparados àqueles que pretendem seguir especialidades orientadas para tecnologia e aqueles que estão no primeiro ano de graduação, respectivamente. O mesmo se observou na análise das especialidades dos docentes. Encontrou-se correlação entre os escores de empatia e a crença na influência do professor sobre a empatia do aluno, mostrando que, quanto mais o aluno e o docente acreditam na influência do docente, maiores são os seus escores de empatia. Identificamos que os docentes e discentes associam a empatia a sentimentos de compaixão e como característica inata, como uma personalidade. Os docentes e discentes reconhecem no professor o papel de modelo na formação profissional, nos cenários de prática e nos momentos de observação de ações cotidianas dentro da instituição. Porém, este papel ultrapassa a prática médica, tornando-se presente também na relação docente-discente, durante o processo de socialização do aluno, quando há acolhimento, escuta ativa e afeto, através do currículo oculto. As práticas pedagógicas também influenciam a empatia dos alunos, sendo necessário que o docente esteja atento ao planejamento de suas aulas, à pontualidade, ao uso do feedback e a um ambiente educacional que favoreça o aprendizado coletivo, com mediação e diálogo. CONCLUSÃO: A empatia do aluno se relaciona com a formação profissional ao longo da graduação, no processo de socialização. As relações estabelecidas entre docentes e discentes são fundamentais para a manutenção do habitus médico, como uma comunidade de prática, onde o docente exerce o papel de modelo daquilo que o estudante pretende ser como profissional. Esta influência se dá principalmente através do currículo oculto. Assim, o agir empático do docente, com diálogo, escuta, preparo acolhimento, se mostra essencial para que o aluno seja influenciado positivamente na sua formação como médico |