Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ragazzi, Taciana Cristina Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-26042018-133509/
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Resumo: |
Existem evidências de que as manifestações psicóticas não são vivenciadas apenas por pessoas diagnosticadas com transtornos mentais, mas também por pessoas saudáveis da população geral, as denominadas experiências tipo-psicóticas. A Escala de Avaliação das Experiências Psíquicas na Comunidade (CAPE) é um instrumento usado em pesquisas epidemiológicas e foi desenvolvido especificamente para a detecção e avaliação da frequência de experiências tipo-psicóticas na população geral. A CAPE, em sua apresentação original é composta por 42 itens, distribuídos em três dimensões: positiva, negativa e depressiva. O objetivo deste estudo foi verificar as evidências de fidedignidade e validade da CAPE em uma amostra brasileira e investigar a associação de traumas na infância e uso de cannabis com a ocorrência de experiências tipo-psicóticas em indivíduos da população geral. A amostra foi composta por 217 pacientes em primeiro episódio psicótico, 104 irmãos de pacientes psicóticos e 319 controles de base populacional, todos residentes na área de cobertura do Departamento Regional de Saúde do Estado de São Paulo (DRS XIII). Os participantes responderam a instrumentos de avaliação e diagnósticos, incluindo a Entrevista Clínica Estruturada para o DSM IV (SCID), o Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), Questionário de Experiências com Maconha (CEQ), além da CAPE. Os dados clínicos foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS e as evidências psicométricas por meio do software AMOS. Após a retirada de nove itens, a CAPE, com 33 itens, mostrou bons índices de ajustamento [CFI = 0,895; GFI = 0,822; PGFI = 0,761; RMSEA = 0,055 p (rmsea <= 0,05) = 0,04] e boa consistência interna (> 0,70) em todos as suas dimensões. Nas análises realizadas apenas com a amostra de base populacional, não foram encontradas diferenças significativas entre as pontuações totais da CAPE-33 e das suas três dimensões quanto a intervalos de idade, estado civil e escolaridade. Mulheres apresentaram pontuações significativamente mais elevadas do que os homens no escore total (p<0,001) e nas dimensões negativa (p < 0,001) e depressiva (p < 0,001). A vivência de traumas na infância (abuso emocional, abuso físico, abuso sexual, negligência emocional, negligência física) associou-se com pontuações mais elevadas no escore total da CAPE (p <0,001) e nas suas três dimensões (positiva p = 0.001, negativa p = 0,004, depressiva p < 0,001). Indivíduos que relataram uso de cannabis alguma vez na vida apresentaram maiores pontuações na dimensão positiva da CAPE-33, em comparação às pessoas que nunca usaram a substância (p = 0,016). A CAPE adaptada para o Brasil (CAPE-33) mostrou bons índices de ajustamento e consistência interna, como encontrado em outras culturas. Presença de trauma precoce e uso de cannabis associaram-se à ocorrência de experiências tipo-psicóticas, à semelhança do que os estudos epidemiológicos mostram para a esquizofrenia. Nossos dados corroboram a abordagem dimensional das psicoses, com frequência e gravidade das manifestações se distribuindo num continnum na população geral. |