A espiritualidade no manejo da doença crônica do idoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Rocha, Ana Carolina Albiero Leandro da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-29112011-152813/
Resumo: Considerando a espiritualidade como parte do conceito de saúde do indivíduo e suas repercussões no viver a doença crônica, realizou-se o presente estudo. Trata-se de um estudo exploratório, com metodologia quanti-qualitativa que teve como objetivo principal identificar e compreender o papel da espiritualidade no manejo da doença crônica do idoso. Procurou-se ainda conhecer o perfil dos idosos participantes do estudo, as mudanças de vida ocasionadas pelo diagnóstico da doença crônica e a compreensão de como a religião/espiritualidade/fé interfere neste processo. O método da análise de conteúdo de Bardin foi escolhido para interpretação dos discursos. O estudo foi realizado com 20 idosos portadores de doença crônica atendidos no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia José Ermírio de Moraes (IPGG), instituição que tem como missão promover o envelhecimento saudável e a integração social do idoso. A coleta de dados foi realizada em outubro de 2010, através de entrevistas semiestruturadas. Os idosos possuíam entre 60 e 81 anos, sendo 65% mulheres e 35% homens, 65% casados, 20% viúvos e 15% divorciados. Quanto à ocupação, 80% são aposentados, 10% do lar/donas de casa, 10% estão ativos no mercado de trabalho. Com relação às condições de moradia, 85% residem em casa própria, 10% em casas de familiares e 5% em casa alugada, 50% residem com cônjuge e filhos ou netos, 35% apenas com cônjuge, 10% moram sozinhos e 5% apenas com filho. Quando questionados quanto às crenças religiosas, todos os participantes referiram pertencer a uma doutrina religiosa e dentre as religiões 75% declarou-se católico, 20% evangélico e 5% espírita. A doença crônica mais prevalente foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), referida por 45% dos participantes, seguida do diabetes mellitus, presente em 35% dos idosos. A análise dos discursos resultou nos seguintes temas centrais: impacto multidimensional da doença crônica, enfrentamento e expectativas dos idosos. Na análise do impacto multidimensional da doença crônica, identificaram-se as seguintes unidades temáticas: impacto no estilo de vida, impacto emocional e impacto socioeconômico. Com relação ao enfrentamento da doença crônica, foram analisados o enfrentamento individual, o suporte social e a espiritualidade/religiosidade/fé. Quanto às expectativas, as unidades temáticas identificadas foram expectativas quanto à saúde e quanto ao sentido da vida. Os resultados evidenciaram as mudanças trazidas pelo diagnóstico da doença crônica e suas implicações na adaptação ao novo modo de vida. O manejo destas alterações é complexo e diversos fatores influenciam positivamente e negativamente no modo de lidar com a nova condição. Os resultados mostraram que a espiritualidade/religiosidade/fé interfere de maneira positiva no enfrentamento dos obstáculos e dificuldades da vida, fortalece a resiliência do paciente, melhorando assim, sua qualidade de vida. Para que o manejo da doença crônica seja bem sucedido, o profissional de saúde atuante na assistência ao idoso portador de doença crônica deve ter a sensibilidade de compreender o idoso dentro de seu contexto cultural e fortalecer o entendimento e responsabilização do paciente quanto a sua condição crônica.