Aulas de Química sobre forças de interação intermoleculares: produção de sequência didática e análise de interações discursivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pereira, Aline Caldas Barrionuevo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59144/tde-05022021-222717/
Resumo: Muitos pesquisadores têm argumentado que o conteúdo relativo às Forças de interações intermoleculares em Química vem sendo ministrado de forma descontextualizada e fragmentada. Pesquisas revelam também a necessidade de que a escola mude sua posição de meramente transmissora de informação e transforme-se em um ambiente de discussões, debates e produção de conhecimentos. Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo analisar a aplicação de uma sequência didática sobre Forças de Interação Intermoleculares em aulas de Química, a partir das interações discursivas entre professor e alunos, a sala do 2º ano do Ensino Médio de uma escola estadual pública localizada na cidade de Paulo de Faria, interior do Estado de São Paulo, tinha trinta e dois alunos. As interações discursivas entre alunos e entre alunos e professor foram construídas a partir da transcrição de gravações de áudios de atividades realizadas em duas aulas duplas. Para análise dos dados utilizou-se uma estrutura analítica idealizada por Mortimer et al. (2007), que propõe o uso de categorias da dimensão da interatividade e possibilita a investigação de cinco aspectos inter-relacionados (intenções do professor; conteúdo do discurso; abordagem comunicativa; padrões de interação e intervenções do professor). O uso dessa ferramenta possibilitou a identificação das dinâmicas interativas e o fluxo do discurso que caracterizou a sala de aula. Observou-se que as intenções da professora variaram no transcorrer das aulas, caracterizando principalmente pelas categorias explorar a visão dos estudantes e introduzir e desenvolver a estória científica. Já os conteúdos do discurso (conteúdos conceituais) que foram enfocados nas aulas relacionam-se às descrições, explicações e generalizações teóricas. Durante as interações em sala de aula, houve alternância de turnos de fala o que indicou que, na maioria das vezes, o discurso foi interativo. Além disso, os dois primeiros episódios evidenciaram que a interação interativa/de autoridade, a qual é considerada somente um ponto de vista, prevaleceu em relação às interações interativa/dialógica onde mais de uma opinião é levada em consideração. Entre os padrões de interação, prevaleceu a tríade I - R - A que representa a sequência Iniciação de produto pelo professor (demanda uma resposta factual como cor, nome, lugar...), Resposta de produto pelo aluno e Avaliação pelo professor (corresponde à um enunciado final avaliativo), sendo que o surgimento deste tipo de cadeia é característico da abordagem interativa/de autoridade, principalmente quando o terceiro termo dessa sequência é o de avaliação do professor. Apesar da predominância dos padrões discursivos interativo/de autoridade, possivelmente pelos alunos não estarem acostumados a argumentar, os questionamentos da professora contribuíram para aumentar a participação dos alunos nas discussões e as evidências analisadas apontam que não houve interferência na qualidade da abordagem do conhecimento relacionado às forças de interação intermoleculares. Além disso, constatou-se também um aumento significativo nas interações dialógicas entre professor/ aluno, principalmente durante a atividade experimental. Ressalta-se que, como produto final desta pesquisa, foi produzido um texto de apoio contendo a sequência didática elaborada para as aulas geminadas de química sobre Forças de interação intermoleculares, a partir do uso da metodologia da sala de aula invertida.