Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ramalho, Fernanda Naira Zambelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-10042023-161129/
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Resumo: |
Objetivos: Os fatores ambientais exercem um papel marcante na incidência de psicose em países de baixa e média renda. Na nossa região, há uma maior incidência de psicoses, principalmente, em pessoas não-brancas e é sabido que essa população é mais exposta a fatores de vulnerabilidade social. Tendo isso em vista, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação de cor de pele autodeclarada e indicadores de adversidade social com predisposição a um primeiro episódio psicótico em amostra brasileira. Métodos: Em estudo caso-controle, foram incluídos 197 casos incidentes de psicose e 302 controles de base populacional, provenientes da região de Ribeirão Preto, SP. A medida de vulnerabilidade social utilizada foi o índice de desvantagem social, que é calculado pela somatória de indicadores sociodemográficos (escolaridade, situação empregatícia, estado civil e apoio social). Foi avaliada a associação de psicose a fatores como sexo, idade, cor da pele, uso de cannabis, trauma na infância, desvantagem social e discriminação e os dados foram analisados pelo método de regressão logística multivariada ajustada. E através de análises de mediação, foi estabelecida a relação entre cor da pele, desvantagem social e psicose. Resultados: No modelo de regressão logística, observou-se aumento na chance de ocorrência (odds ratio) de psicose associada às variáveis de experiência adversa investigadas. Houve aumento de 2,03 (IC 95%: 1,65-2,50) para aumento de cada unidade no índice de desvantagem social e 1,86 vezes (IC 95%: 1,19-2,92) por ter cor de pele não-branca e 2,10 vezes (IC 95%: 1,28-3,45) por ter experenciado situações de discriminação, mesmo após controle por potenciais fatores de confusão. Além disso, a desvantagem social mediou aproximadamente 22% da relação entre cor da pele e risco aumentado de psicose. Conclusão: O índice de desvantagem social esteve associado a um risco aumentado de primeiro episódio psicótico e mediou a relação observada entre cor da pele não-branca e psicose. A discriminação e o uso de cannabis não demonstraram exercer efeito mediador nessa associação. |