Proteção de plantas de café (Coffea arabica L.) contra Hemileia vastatrix Berk. et Br. por Saccharomyces cerevisiae Meyen

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Roveratti, Dagmar Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191218-112104/
Resumo: Visando avaliar o potencial do microorganismo Saccharomyces cerevisiae em proteger plantas de café (Coffea arabica L. cv. Mundo Novo) contra o patógeno Hemileia vastatrix, plantas de um ano de idade foram aspergidas com uma suspensão de células vivas ou autoclavadas da levedura, antes, simultaneamente ou depois da inoculação com o patógeno. O efeito protetor de diferentes concentrações de S. cerevisiae, bem como a duração de tal efeito, também foram estudados. Os efeitos do tratamento com suspensão de células vivas ou autoclavadas da levedura e seus respectivos filtrados sobre a germinação, formação de apressórios e persistência dos urediniosporos do patógeno na superfície foliar foram observados por microscopia óptica ou de fluorescência. Os resultados mostraram que a proteção de plantas de café por S. cerevisiae só se manifesta nos tratamentos realizados antes ou simultaneamente à inoculação com H. vastatrix. Nenhuma proteção foi observada nos tratamentos realizados depois da inoculação com o patógeno. A proteção observada é local, não existindo uma resposta de proteção sistêmica. O maior efeito de proteção da levedura foi observado para concentrações de 20 mg/ml ou maiores, ficando ao redor de 70% de proteção em relação ao controle. A proteção se mantém nestes níveis no período que vai dos 4 dias a 2 semanas após o tratamento com a levedura, decrescendo gradativamente depois disto. Nos tratamentos onde foram utilizadas células vivas ou autoclavadas da levedura, verificou-se uma inibição significativa da germinação "in vi tro" e "in vivo", bem como um decréscimo acentuado do número de urediniosporos do patógeno presentes na superfície das folhas de café. Paralelamente estes são os tratamentos que mostraram uma efetiva proteção das plantas à ferrugem. Filtrados de células vivas ou autoclavadas da levedura mostraram um efeito pouco significativo sobre a germinação dos urediniosporos, assim como sobre a permanência destes nas folhas, sendo que tais filtrados não foram eficientes em proteger as folhas de café contra ferrugem. Suspensão de células ou filtrados da levedura não afetaram a formação de apressórios do patógeno. Os resultados sugerem que a proteção à ferrugem observada quando plantas de café são tratadas com S. cerevisiae, é devida basicamente a um efeito de controle biológico do patógeno pela levedura, podendo este efeito ser dividido em dois mecanismos distintos: o primeiro seria responsável por uma diminuição do número de urediniosporos do patógeno que permanecem na superfície das folhas e o outro por uma inibição da germinação dos urediniosporos restantes, provavelmente por antibiose. Nenhuma evidência foi verificada para sugerir a hipótese do envolvimento de um mecanismo de indução de resistência na proteção observada.