Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Souza, Alexandre Barbosa Camara de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-17042023-113357/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Pessoas com diabetes mellitus (DM) têm pior prognóstico durante hospitalização, com risco aumentado de eventos adversos como infecção e outras complicações hospitalares. A insulinoterapia, com objetivo de evitar a disglicemia, é eficaz em reduzir desfechos desfavoráveis; no entanto ainda é baixa a adesão às recomendações. Uma estratégia útil para melhorar a aderência é o suporte à assistência com a utilização da tecnologia. O InsulinAPP é uma ferramenta para auxílio à decisão médica na insulinização intra-hospitalar para pacientes não críticos e sugere a utilização das insulinas disponíveis no Sistema Único de Saúde. No entanto, apesar da melhora no perfil glicêmico, não há evidências do impacto clínico relacionado ao uso de ferramentas digitais em pacientes não críticos. Nosso objetivo foi avaliar se o controle glicêmico ajustado por meio deste algoritmo eletrônico é capaz de reduzir os desfechos clínicos: infecção hospitalar, insuficiência renal e/ou arritmias em pessoas com DM2 no pós-operatório de revascularização do miocárdio (CRM) após alta da unidade de terapia intensiva (UTI). MÉTODOS: Este ensaio clínico randomizado estudou pessoas com DM2 em pós-operatório de CRM no Instituto do Coração, após alta da UTI. A população foi randomizada para receber controle glicêmico utilizando protocolo eletrônico \"InsulinAPP\" (gAPP) (site: www.insulinapp.com.br) ou controle glicêmico convencional (gCONV) definido pela equipe assistente. O perfil das glicemias capilares (GC) foi avaliado, e o desfecho primário foi o composto de complicações pós-operatórias, incluindo infecção, arritmias atriais e insuficiência renal aguda. RESULTADOS: A população foi composta de 36 mulheres e 64 homens com idade média (± desvio padrão) de 64,1 ± 9,1 anos. A quantidade de insulina que cada um dos grupos recebeu foi semelhante, no entanto, a prescrição de dose fixa de insulina pré prandial em pacientes com dieta oral foi mais frequente no gAPP em relação ao gCONV (90,3% vs. 16,7%, respectivamente, p<0,001), enquanto este teve maior prevalência da prescrição contendo somente o esquema de suplementação de insulina se glicemia capilar (GC) acima do alvo (58% vs. gAPP: 32%, p = 0,003). O gAPP teve GC média diária significativamente menor (167,2 ± 42,5 vs. 188,6 ± 54,3 mg/dL; p=0,04). O coeficiente médio de variação da GC foi maior no gCONV do que no gAPP (20 ± 11 %vs. 26 ± 12 %, p=0,02). No gCONV a incidência do desfecho primário foi de 58%, enquanto no gAPP foi de 16% (p=0,001). O grupo que recebeu tratamento guiado pelo aplicativo, quando comparado ao gCONV, também teve menor tempo de internação (respectivamente, 9,76 ± 12,8 vs. 18,6 ± 17,7 dias, p =0,001) e custos hospitalares reduzidos (respectivamente, R$ 13.318 ± 4.612 vs.16.155 ± 9.690, p=0,012). CONCLUSÃO: A insulinoterapia guiada pelo protocolo digital InsulinAPP para pacientes não críticos foi mais eficaz que a conduta convencional para melhorar o perfil glicêmico e assim, reduzir desfechos clínicos desfavoráveis no pós-operatório de cirurgia cardíaca. A diminuição da taxa de hiperglicemia também resultou em redução do tempo de internação e menor utilização de recursos |