Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Luz, Rodolfo Alves da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-29062015-152030/
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Resumo: |
O sistema fluvial meândrico do Rio Pinheiros em São Paulo (SP) tem passado por muitas mudanças geomorfológicas devido a intervenções antrópicas decorrentes da urbanização. A hipótese motivadora é a de que estas mudanças apresentam magnitudes maiores ou equivalentes àquelas registradas em condições naturais ou não urbanizadas. A pesquisa foi realizada por meio de técnicas oriundas da geomorfologia antrópica e histórica, do mapeamento geomorfológico e da análise de geoindicadores de mudanças nas formas da Terra, nos materiais superficiais e nos processos. Por meio da elaboração de três cartas geomorfológicas na escala de 1:25.000 representativas de distintos estágios de perturbação antrópica (pré-perturbação, perturbação ativa e pós-perturbação), foi possível identificar e dimensionar as mudanças históricas no sistema hidromorfológico desde 1930. Os resultados revelaram a elevada magnitude e alta eficiência das intervenções humanas diretas e indiretas nas morfologias e processos hidromorfológicos. Mudanças esperadas para ocorrer em condições naturais ou não urbanas em intervalos de 1 em 10³ a 1 em 104 anos podem se tornar eventos mais frequentes e instantâneos devido à urbanização (1 em 100 a 1 em 10² anos), fazendo as fontes históricas bastante adequadas para a sua identificação. Em apenas 21 anos, o canal meândrico pré-urbano foi substituído por um canal artificial retilíneo, seu comprimento foi reduzido em 44,9% e sua largura foi aumentada em 184,9%. O canal anterior transportava sedimentos finos e matéria orgânica num fluxo dágua constante para jusante. O canal atual tem uma vazão baixa e controlada artificialmente por estruturas de engenharia, que podem reverter o fluxo dágua para montante, fazendo com que o antigo sistema fluvial fosse transformado em um sistema próximo ao lacustre. A maioria dos sedimentos, matéria orgânica e poluentes é depositada no leito do canal, gerando problemas ambientais e de assoreamento. Nos últimos 80 anos, a antiga planície de inundação foi suprimida e novos níveis de terraços foram criados pela atividade humana, especialmente por aterros, cujo volume foi estimado em 16,28x106 m3. As inundações por extravasamento do canal foram reduzidas por causa das estruturas de controle de cheias, e ficam restritas às suas margens imediatas. Entretanto, a capacidade de atenuação das inundações da planície de inundação e baixos terraços foi perdida, e a frequência e magnitude das inundações foram potencializadas por causa da rede de drenagem urbana deficiente, da obstrução por aterros e pela construção de avenidas de fundo de vale nos rios afluentes. Compreender mudanças de tal magnitude auxilia na gestão dos rios e planícies urbanas, nos levantamentos geotécnicos e na identificação das possibilidades de recuperação ambiental, onde as funções ecológicas, hidrológicas e sociais dos sistemas fluviais devem ser restauradas. |