Impacto da avaliação funcional do joelho na interpretação dos resultados pós-operatórios de artroplastia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Aline Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-22102018-152938/
Resumo: A avaliação funcional após a artroplastia total de joelho (ATJ) tem o intuito de analisar como os resultados alcançados após a cirurgia impactam na qualidade de vida e função dos pacientes. Questionários subjetivos de auto percepção da função são os instrumentos mais utilizados, porém, tendem a superestimar a função física. Os testes de desempenho físico avaliam objetivamente o que o indivíduo é capaz de executar, mas avaliam tarefas isoladas que nem sempre refletem a mobilidade nas atividades de vida diária. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o quanto a avaliação funcional, que incluiu questionários subjetivos e testes de desempenho físico, permite avaliar as mudanças ocorridas longitudinalmente após a ATJ e permite estabelecer fatores pré e pós-operatórios preditivos da função após um ano de cirurgia. Foi realizado estudo longitudinal prospectivo com 87 sujeitos (62 mulheres), idade 67±7 anos, IMC 33±5 kg/m2, submetidos à ATJ primária unilateral. A avaliação ocorreu no pré-operatório e 3, 6 e 12 meses após a cirurgia. Análise da covariância analisou as mudanças ao longo do tempo e a árvore de classificação e regressão estabeleceu os fatores preditivos. O questionário subjetivo WOMAC-função e os testes de desempenho físico timed up and go (TUG) e teste de caminhada de seis minutos (TC6) aos 12 meses de pós-operatório foram as variáveis primárias. A idade, índice de massa corpórea (IMC), WOMAC-dor, função pré-operatória e força muscular do joelho operado e não operado, tanto pré quanto pós-operatoriamente, foram estabelecidas como variáveis secundárias. Os resultados mostraram que WOMAC e o TUG atingiram platô de evolução aos três meses de pós-operatório, enquanto oTC6 alcançou o platô aos seis meses de pós-operatório. Com relação aos fatores pré- operatórios preditivos da função após 12 meses de cirurgia, indivíduos com TUG <=19 s e idade entre 62 e 70 anos alcançaram melhor pontuação no WOMAC-função. Sujeitos com força dos músculos extensores do joelho não operado >=99 Nm/kg e TC6 >328 m antes da cirurgia percorreram maior distância no TC6. Sujeitos com TUG =421 m no pré-operatório obtiveram melhor desempenho no TUG. Sobre os fatores pós-operatórios preditivos da função, sujeitos com WOMAC-dor < 1,5 pontos, TC6 >=410 m e TUG < 8 s apresentaram melhor pontuação do WOMAC-função. Sujeitos com TUG <9 s e força dos músculos extensores do joelho operado >=113 Nm/kg apresentaram melhor desempenho no TC6. Sujeitos com TC6 >=421 m e força dos músculos flexores do joelho não operado >=47Nm/kg foram mais rápidos na execução do TUG. Concluímos que os questionários subjetivos e os testes de desempenho físico apresentaram diferentes comportamentos de evolução ao longo de um ano de pós-operatório de ATJ. Sujeitos com melhor desempenho físico pré e pós-operatório apresentam melhor pontuação no WOMAC-função após a cirurgia e sujeitos com pior dor pós-operatória apresentaram pior percepção da função no mesmo período. Os fatores de maior predição dos testes de desempenho físico foram a função pré-operatória e a força muscular pré e pós-operatória.