Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Machado, Beatriz Marcondes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22062010-113213/
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Resumo: |
Introdução: A febre sem sinais localizatórios é definida como presença de febre de até 7 dias de duração, sem identificação da causa após anamnese e exame físico detalhados. A maioria destas crianças apresenta doença infecciosa aguda autolimitada ou está em fase prodrômica de uma doença infecciosa benigna. Poucas têm infecção bacteriana grave: bacteremia oculta, pneumonia oculta, infecção urinária, meningite bacteriana, artrite séptica, osteomielite ou celulite. Embora a febre seja uma das queixas mais comuns nos serviços de emergência, a abordagem da criança febril permanece controversa. Objetivos: avaliar a aplicabilidade de um protocolo padronizado para o atendimento e seguimento das crianças até 36 meses de idade com febre sem sinais localizatórios e analisar os fatores de risco para infecção bacteriana grave nestas crianças. Métodos: estudo prospectivo em crianças até 36 meses de idade que procuraram o pronto socorro do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, com quadro de febre sem sinais localizatórios, durante o período de um ano (junho/2006 a maio/2007). As crianças foram atendidas conforme protocolo que estratifica o risco de infecção bacteriana grave de acordo com a presença ou não de toxemia, idade e valor da temperatura. Conforme a avaliação de risco, indicava-se triagem laboratorial (hemograma, hemocultura, sedimento urinário, urocultura e, se necessário, radiografia torácica, liquor e coprocultura). Os fatores de risco para infecção bacteriana grave estudados foram: sexo, idade, presença de toxemia, temperatura, número total de leucócitos, número total de neutrófilos e número total de neutrófilos jovens. Resultados: Foram seguidas 215 crianças, sendo 111 (51,6%) do sexo feminino. A média de idade foi de 11,85 meses (DP ± 8,91). Vinte crianças, na avaliação inicial, apresentavam algum grau de toxemia, e 195 estavam em bom estado geral. Nas crianças de 3 a 36 meses não toxêmicas, 95 tinham temperatura axilar >39ºC. Em 107 crianças (49,8%), houve melhora espontânea do quadro febril; em 88 (40,9%), foi identificada doença benigna autolimitada; e em 20 (9,3%), infecção bacteriana grave. Dentre as infecções bacterianas graves, identificou-se 16 infecções urinárias, três pneumonias e uma bacteremia oculta. Das 215 crianças, 129 (60%) não receberam qualquer antibioticoterapia, e 86 receberam antibiótico em algum momento. O antibiótico empírico foi mantido por, em média, 72 horas. Na análise univariada, dos fatores utilizados para estratificação de risco para infecção bacteriana grave, apresentaram níveis descritivos inferiores a 0,05 a temperatura >39oC, o número total de leucócitos >15.000/mm3 e >20.000/mm3 e o número total de neutrófilos >10.000/mm3. Na análise multivariada apenas o número total de neutrófilos >10.000/mm3 mostrou-se estatisticamente significante. Conclusão: o protocolo aplicado mostrou-se adequado para o atendimento e seguimento destas crianças utilizando para busca de infecção bacteriana grave exames simples e passíveis de serem realizados na maioria dos serviços. A maioria das crianças apresentou resolução espontânea do quadro de febre. Todas as infecções bacterianas graves foram identificadas, sendo a infecção urinária a mais comum. Dentre os fatores de risco o número total de neutrófilos >10.000/mm3 associou-se de maneira estatisticamente significante com infecção bacteriana grave, tanto na análise univariada como na multivariada. |